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Imigração/Europa

União Europeia pode reforçar a segurança nos países dos Bálcãs para barrar migrantes

Em uma minicúpula de emergência realizada neste domingo (25), em Bruxelas, líderes europeus discutem a possibilidade de aumentar o número de guardas de fronteiras nos países dos Bálcans, além do reforço da segurança na costa da Grécia. O objetivo é tentar diminuir o fluxo de migrantes que desejam entrar na Alemanha e em outros países do norte da Europa.

Primeiro-ministro sérvio, Aleksandar Vucic, estuda propostas da Comissão Europeia para barrar a chegada de migrantes em minicúpula de urgência em Bruxelas, neste domingo (25).
Primeiro-ministro sérvio, Aleksandar Vucic, estuda propostas da Comissão Europeia para barrar a chegada de migrantes em minicúpula de urgência em Bruxelas, neste domingo (25). REUTERS/Francois Lenoir
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A agência de notícias Reuters afirma ter lido o projeto de comunicado que deve ser divulgado no final do evento, nesta noite, e indica que a União Europeia (UE) deve anunciar o envio de 400 guardas de fronteiras daqui a uma semana à região oeste dos Bálcãs. O documento, que ainda está sendo examinado pelos líderes europeus, também estabelece a aceleração do repatriação dos imigrantes afegãos, paquistaneses, iraquianos e de outros países do Oriente Médio que tiveram o pedido de asilo recusado.

Da reunião convocada pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, participam os chefes de Estado ou de Governo de 10 países membros da UE: Áustria, Bulgária, Croácia, Alemanha, Grécia, Hungria, Romênia, Holanda, Eslovênia e Suécia, além de Macedônia, Albânia e Sérvia, que não fazem parte do bloco. A França e a Itália não participam da minicúpula.

Segundo a Comissão Europeia, o objetivo do encontro é responder à "necessidade de mais cooperação, mais consultas e ações operacionais imediatas" nos Bálcãs Ocidentais, por onde transitam centenas de milhares de migrantes em direção ao norte da Europa.

Ajuda da Turquia

Na chegada ao evento, a chanceler alemã Angela Merkel disse que a crise dos migrantes não será resolvida sem a ajuda da Turquia. "Somente com a Turquia poderemos transformar a ilegalidade em legalidade", declarou.

Já o primeiro-ministro da Eslovênia, Miro Cerar, que viu passar pelo país 60 mil migrantes em dez dias, acredita que é necessário tomar medidas urgentes. "Caso contrário, a União Europeia inteira entrará em colapso", disse.

Segundo o ministro das Migrações de Luxemburgo, Jean Asselborn, é preciso considerar soluções que envolvam todo o bloco. "Não é possível levar somente em consideração a perspectiva dos países dos Bálcãs", declarou.

"Se fracassarmos, as forças nacionalistas de direita vão poder dizer que toda a Europa fracassou", ressaltou o chanceler austríaco Werner Faymann, logo que chegou ao encontro.

Três países ameaçam fechar as fronteiras

No sábado (24), Bulgária, Romênia e Sérvia disseram que não vão permitir que se acumulem em seu território dezenas de milhares de migrantes que chegaram ao continente. "Nossos três países estão dispostos, caso a Alemanha, a Áustria e outros países fechem suas fronteiras, a bloquear as nossas no mesmo momento", declarou ontem o chefe do governo búlgaro, Boiko Borisov, após uma reunião dos três países em Sófia.

Nos últimos meses, a Sérvia tornou-se um território de passagem para os migrantes que, a partir do litoral turco, chegam à Grécia e de lá vão para a Europa central ou do norte. Bulgária e Romênia se viram muito menos afetadas pelo fluxo migratório.

Naufrágio no mar Egeu

No mesmo dia da minicúpula, a guarda costeira grega informou que pelo menos três migrantes, uma mulher e duas crianças, morreram de madrugada quando o barco em que faziam o trajeto entre a Turquia e a Grécia naufragou na costa leste da ilha de Lesbos. Outras 15 pessoas que viajavam na embarcação estão desaparecidas.

Várias pessoas, a maioria afegãos que não sabiam nadar e usavam coletes salva-vidas, foram retiradas da água. O salvamento foi feito por um patrulheiro e um helicóptero da Frontex, a agência europeia de vigilância de fronteiras. Ontem, uma operação foi realizada para tentar localizar um menino afegão de dois anos que caiu na água entre a costa turca e Lesbos, mas as buscas não tiveram resultado.

A guarda costeira grega e as autoridades locais temem que, com o início do inverno, os naufrágios se multipliquem. De acordo com o depoimento de vários migrantes, os traficantes de pessoas abaixam os preços quando o tempo piora para conseguir mais passageiros.

(Com informações da AFP)

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