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Alemanha/COP21

Negociações preparatórias para COP 21 geram mais divergências do que acordos

Uma semana de discussões em Bonn, na Alemanha, parece não ter sido suficiente para os negociadores de 195 países chegarem a um projeto claro de combate ao aquecimento global. Essa última rodada de negociações antes da COP 21, a conferência do clima de Paris, termina nesta sexta-feira (23) e é pouco provável que o texto final seja capaz de limitar o aquecimento global a 2°C como determina a meta da ONU.

Delegações reunidas em Bonn para negociar pré-acordo sobre clima
Delegações reunidas em Bonn para negociar pré-acordo sobre clima http://climate-l.iisd.org
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Nestas poucas horas que restam, a missão das delegações é reescrever um plano confuso e que triplicou de tamanho ao longo da semana, sem incluir alguns dos pontos considerados chave pelos países em desenvolvimento. Entre esses pontos estão o objetivo ambicioso de limitar o aumento de temperatura a 1,5°C, além da questão do financiamento das políticas climáticas dos países pobres pelos ricos. Ontem, os países do sul relembraram a responsabilidade histórica do norte industrializado no problema e aumentaram a pressão sobre a divisão dos custos do combate ao aquecimento global.

A embaixadora sul-africana Nozipho Mxakato-Diseko acusou os ricos de fugir de suas responsabilidades: "A conferência da França vai ser julgada pelo que for acordado em termos de financiamento no texto principal. Para nós, isso é determinante para o sucesso". Mesmo assim, ela acredita que os países do sul devem apostar todas as fichas na COP 21: "Os países em desenvolvimento têm de ser otimistas para Paris. Não podemos não ser".

Mas os países ricos parecem pouco dispostos a aumentar sua contribuição. A negociadora da União Europeia, Elina Bardram, argumentou que o mundo "não é mais o mesmo dos anos 90" e os países em desenvolvimento podem contribuir financeiramente. Bardram admite que o resultado dessas negociações não será o ideal, mas, com vontade política, ainda é possível atingir a meta da ONU.

Começar do zero

Martin Kaiser, diretor de política climática internacional do Greenpeace, já viu esse filme. Lembrando das últimas conferências, ele diz que "nada mudou": "fazem várias reuniões preparatórias e, na hora da cúpula, temos que começar tudo do zero". Nos corredores do World Conference Center, onde acontecem as negociações, o sentimento geral é de insatisfação.

A conferência do clima de Paris, cuja abertura está marcada para o dia 30 de novembro, reunirá chefes de Estado do mundo inteiro com a missão de dar um "impulso político" ao combate contra o aquecimento global. Se os negociadores conseguirem chegar a um conjunto conciso de propostas, esse texto será encaminhado aos ministros e poderá servir de base para o debate em alto nível na COP 21.

Caso contrário, as negociações terão, mais uma vez, que começar "do zero", como prevê Martin Kaiser.

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