Quatro crianças morrem em novo naufrágio na costa da Turquia
Pelo menos 22 migrantes morreram nesta terça-feira (14) no naufrágio de uma embarcação no Mar Egeu, na costa sudoeste da Turquia. Entre as vítimas, havia quatro crianças. A embarcação tinha como destino a ilha grega de Kos e, segundo testemunhas, virou por volta das 6h pelo horário local.
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A guarda costeira turca informou ter conseguido salvar 211 pessoas. As operações de buscas e salvamento continuam para encontrar sobreviventes.As nacionalidades dos migrantes ainda não foram confirmadas, mas essa rota do Mar Egeu costuma ser utilizada por refugiados vindos da Síria e do Iraque.
Segundo a Organização Internacional para Migrações, cerca de 465 mil pessoas tentaram atravessar o Mar Mediterrâneo neste ano. A Frontex, agência europeia de segurança nas fronteiras, registrou a passagem de 500 mil migrantes nas fronteiras externas da União Europeia de janeiro a agosto, contra 280 mil pessoas nos doze meses do ano passado. Alguns migrantes podem ter sido contados duas vezes, reconhece a agência.
Hungria fecha última passagem aberta na fronteira com a Sérvia
Os migrantes que tentarem chegar à Europa pela rota dos Bálcãs vão encontrar ainda mais dificuldades. A Hungria bloqueou totalmente a entrada de imigrantes vindos da Sérvia para conter o fluxo migratório, incluindo o principal ponto de passagem entre os dois países, na cidade de Roszke. A medida começou a vigorar à meia-noite, segundo relatos de migrantes vindos da Síria e do Iraque. Cerca de 300 pessoas, entre elas muitas crianças, esperavam hoje de manhã a reabertura do posto fronteiriço.
O bloqueio estava previsto com a entrada em vigor, nesta terça-feira, da nova lei anti-imigração na Hungria, que permite prender quem entrar no país de maneira ilegal. As penas variam de três a cinco anos de prisão, conforme a qualificação do delito. Segundo a polícia húngara, 200 mil migrantes entraram no país desde janeiro.
Impasse
A crise migratória continua dividindo os europeus. Ontem, os países do bloco não chegaram a um acordo para distribuir 120 mil migrantes, como propõe a Comissão Europeia, entre os 28 países do bloco. A Alemanha, que se prepara para acolher até 1 milhão de refugiados, criticou os governos do leste que se opõem à política comum europeia de asilo.
O vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, disse que a Europa mais uma vez está "coberta de vergonha". Já o ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, defendeu que Bruxelas diminua o repasse de recursos para os países que rejeitaram o sistema de cotas obrigatórias de refugiados. A Comissão Europeia declarou, no entanto, que não pretende adotar essa medida de retaliação.
O ministro do Interior da República Tcheca, Milan Chovanec, voltou a criticar a política "incoerente" da Alemanha em matéria de imigração.
As negociações sobre a distribuição dos refugiados no bloco vão continuar até o dia 8 de outubro, quando está prevista uma nova reunião em Bruxelas.
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