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Europa/Aviação

Após acidente na Espanha, vários países imobilizam avião A400M

Reino Unido, Alemanha e Turquia decidiram suspender a utilização de seus Airbus A400M até a conclusão dos resultados da investigação sobre o acidente ocorrido neste sábado, em Sevilha. A primeira tragédia envolvendo o avião de transporte militar europeu deixou quatro mortos. As duas caixas-pretas foram encontradas neste domingo (10).

Destroços do avião militar A400M que caiu perto do aeroporto de Sebilha, em 9 de maio de 2015
Destroços do avião militar A400M que caiu perto do aeroporto de Sebilha, em 9 de maio de 2015 REUTERS/Bomberos de Sevilla/Handout via Reuters
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Os sobreviventes do aparelho, um mecânico e um engenheiro, continuam em estado grave em um hospital de Sevilha, capital da região de Andaluzia, sul da Espanha.

O avião, que seria entregue ao exército turco em junho, caiu em um terreno ao norte do aeroporto da cidade, depois de atingir uma linha de transmissão de energia. Em princípio, o aparelho tentava fazer um pouso de emergência.

Dois agricultores e um pedestre que circulavamm perto do local do acidente, ajudaram a tirar os sobreviventes por uma das janelas, segundo uma autoridade local. Pelo Twitter, o chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy, chamou um dos agricultores, Manuel, de herói, ao exibir uma foto com a conversa entre os dois.

O Airbus A400M, um aparelho de última geração, realizava um voo de testes e estava em fase final de montagem na sede da Airbus Military, em Sevilha. Este é o primeiro acidente com esse modelo de avião militar,  que tem hélices de mais de cinco metros de diâmetro.

Aparelhos imobilizados

Os governos alemão, britânico e turco decidiram imobilizar temporiamente seus aviões até que as causas do acidente em Sevilha sejam esclarecidas. A França, primeiro cliente europeu do Airbus A400M, decidiu manter seus seis aviões em operação. "Não há elementos que nos obriguem a deixar nossa frota parada", argumentou o coronel Jean-Pascal Breton, porta-voz da Força Aérea francesa.

A Malásia, que recebeu seu primeiro avião em março, ainda não comunicou suas intenções. Calcula-se que há dozes aviões desse tipo em circulação: a França tem seis, Reino Unido e Turquia dois, e Alemanha e Malásia um.

A Guarda Civil espanhola abriu inquérito para investigar as causas do acidente. O construtor europeu Airbus enviou uma equipe de especialistas para ajudar as autoridades locais. Os investigadores poderão contar com as gravações das duas caixas-pretas do aparelho, que foram encontradas neste domingo.

O avião A400M da Airbus.
O avião A400M da Airbus. REUTERS/Pascal Rossignol

Duro golpe

O acidente em Sevilha é um duro golpe na imagem de um avião criado para ser um exemplo da cooperação militar europeia, mas que acumula muitos problemas desde o lançamento do programa, em 2003.

O Airbus A400M deveria responder às ambições dos exércitos de seus primeiros sete clientes: Alemanha, França, Espanha, Reino Unido, Bélgica, Luxemburgo e Turquia. Outro objetivo é o de garantir trabalho para as  indústrias desses países.

Ao invés de comprar um motor existente no mercado, os governos insistiram em encomendar um novo ao consórcio europeu EPI, formado pelas empresas francesa Snecma, britânica Rolls Royce, espanhola ITP e alemã MTU. Segundo a Airbus, essa exigência contribuiu para um atraso de quatro anos no projeto.

Em 2010, a Airbus insinuou que estava a ponto de desistir do projeto. Thomas Enders, conselheiro designado pelo construtor, ameaçou abandonar o programa se os países envolvidos no lançamento não aceitassem assumir custos extras de € 6,2 milhões, ou seja, 30% do orçamento inicial.

Desde as primeiras entregas, o A400M vem sendo alvo de críticas de seus clientes. Em janeiro, a Airbus pediu desculpas ao Reino Unido pelo atraso na entrega dos aviões. No total, já foram feitos 174 pedidos, a maioria para a França e para a Alemanha.
 

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