Combates pelo controle do aeroporto de Donetsk deixam 50 mortos
As manobras militares pelo controle do aeroporto de Donetsk, na Ucrânia, continuam nesta terça-feira (27), 24 horas após milicianos separatistas terem invadido o complexo e provocado a intervenção das Forças Armadas, que contra-atacam com soldados, helicópteros e aviões de caça.
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Andrei Netto, enviado do jornal "O Estado de S.Paulo", especial para RFI
O prefeito de Donetsk, Alexandre Lukiantchenko, anunciou a morte de 48 pessoas nos enfrentamentos, incluindo dois civis. O separatista Alexander Borodai, autoproclamado primeiro-ministro da República Popular de Donetsk, disse que mais de 50 pró-russos morreram em combate. O governo de Kiev declarou não ter perdido nenhum soldado.
No centro de Donetsk, a situação é de calma relativa, com fluxo de veículos e parte do comércio aberto. Mas a tensão é palpável, já que na segunda-feira pelo menos um civil morreu atingido por um morteiro em frente à Estação Central de Trens de Donetsk.
Presidente eleito recusa negociar com separatistas
A operação deve continuar nas próximas horas, já que o presidente eleito no domingo, Petro Porochenko, prometeu ontem não dialogar com o que chamou de "terroristas". "Os que se recusam a depor as armas são terroristas, e nós não negociamos com terroristas. Eu não deixarei que ninguém faça isso no território de nosso Estado. Espero que a Rússia apoie minha abordagem", disse Porochenko.
Hoje pela manhã, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia pediu aos observadores internacionais da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) que intercedam para acabar com o confronto. "Nós esperamos de Kiev o cessar-fogo das operações militares contra seu próprio povo", afirmou em nota o ministério russo, em Moscou.
A OSCE perdeu contato com quatro membros de sua equipe enviados a Donetsk. Os quatro civis, que não tiveram suas nacionalidades reveladas, deram notícias pela última vez nesta segunda-feira, quando foram barrados em um check point separatista. Quarenta minutos depois, a OSCE perdeu contato com o grupo.
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