Conflito na Ucrânia tem trégua de Páscoa
O governo ucraniano disse que não vai atacar os separatistas pró-Rússia durante o fim de semana da Páscoa. Até agora, o governo interino, com falta de efetivo militar, mostrou poucos sinais concretos para recapturar os prédios oficiais, delegacias de polícia e outros locais invadidos ao longo das duas últimas semanas por separatistas no leste do país, apesar de anunciar o lançamento de uma "operação antiterrorista".
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Neste sábado (19), O Ministério do Exterior prometeu "a suspensão da fase ativa da operação" para atenuar a crise e "viabilizar a implementação do acordo de Genebra", celebrado na quinta-feira entre russos, ucranianos, americanos e europeus. O acerto determina que os militantes pró-Rússia precisam depor as armas e deixar os edifícios ocupados.
"A operação antiterrorista foi suspensa durante a Páscoa e não vamos utilizar a força contra eles nesse momento", declarou o ministro Andriy Deshchytsia.
Na sexta-feira feira, Deshchytsia advertiu os militantes que "ações mais concretas" poderão ser tomadas na semana que vem, caso os separatistas não comecem a se render. O Kremlin nega ter controle sobre os homens armados que querem que suas regiões orientais sigam o exemplo da Crimeia e sejam anexadas pela Rússia.
Deshchytsia se reuniu hoje, em Kiev, com autoridades da OSCE, um órgão de segurança que inclui membros da Otan e da Rússia. A OSCE vai supervisionar a implementação do acordo de Genebra, que visa a acalmar a mais grave crise entre o leste e o oeste desde o fim da Guerra Fria.
Um alto funcionário da instituição viajou para Donetsk, a maior cidade do leste de língua russa e um dos focos da crise. Autoridades da OSCE disseram que até agora não houve nenhuma indicação por parte dos militantes de uma "vontade política" de desistir. Na sexta-feira, os líderes separatistas disseram que a Rússia por sua conta o acordo de Genebra, e que não reconhecem o documento.
Depois de semanas de amargas recriminações mútuas, o presidente russo, Vladimir Putin, acenou com a perspectiva de melhores relações com o Ocidente no sábado, mas deixou claro que isso vai depender das concessões de seus adversários na crise sobre a Ucrânia. "Acho que não há nada que impeça uma normalização e uma cooperação normal", disse, durante uma entrevista que transmitida pela TV estatal russa.
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