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Conflito na Ucrânia esconde guerra gerada por gasodutos, diz analista

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O agravamento da crise na Ucrânia levou a União Europeia e os Estados Unidos a convocarem uma reunião nesta quinta-feira (17), que resultou um acordo em etapas para colocar um fim à crise no país. O chanceler russo Serguei Lavrov  também desmentiu que a Rússia tenha a intenção de enviar tropas à região.

Os chefes da diplomacia russa e americana, Sergueï Lavrov e John Kerry, nesta quinta-feira em Genebra
Os chefes da diplomacia russa e americana, Sergueï Lavrov e John Kerry, nesta quinta-feira em Genebra REUTERS/Jim Bourg
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A reunião em Genebra reuniu o chanceler russo Serguei Lavrov, o secretário de Estado americano John Kerry, a chefe da diplomacia europeia Catherine Ashton e o ministro das Relações Exteriores Andrïï Dechtchitsa. Os quatro representantes divulgaram uma declaração comum pedindo o fim da violência.

O acordo também prevê o desarmamento dos grupos armados ilegais e a evacuação dos prédios ocupados, e uma discussão sobre a reforma política que resultaria em mais autonomia para as regiões.

Em seu programa na TV, presidente russo também acusou os dirigentes ucranianos de cometerem um "crime grave" enviando as forças armadas para reprimir o movimento separatista no leste da Ucrânia. Nesta quarta-feira, os militares ucranianos se renderam diante dos rebeldes pro-russos, pouco mais de um mês depois da anexação da Crimeia.

Para Solange Reis, coordenadora do OPEU (Observatório Político dos Estados Unidos), a federalização da Ucrânia é a melhor solução, sendo, inclusive, defendida pelo governo americano.

"O problema é convencer os radicais que compõem o governo de Kiev", diz Solange. "A grande dificuldade hoje, é que as potências envolvidas, perderam de certa forma um pouco o controle sobre os outros atores envolvidos no jogo. No caso das milícias pro-russas no leste, por mais que elas estejam incentivadas pelo governo da Rússia, há possibilidade de que um acordo desagrade um grupo ou setor que desobedeça as regras acordadas pelas lideranças", diz Solange.

Para a especialista em Relações Internacionais, o governo de Kiev também é formado por radicais que não têm interesse em dar maior autonomia às regiões. "A proposta é concreta. A Rússia desde o início defendeu a neutralidade da Ucrânia, que ela se comprometa a não entrar na OTAN por exemplo. E isso é defendido pelos Estados Unidos”, explica.

Fator econômico da crise

A pesquisadora também questiona se essa influência russa é mal-intencionada. "O objetivo da Rússia não é anexar essa região. A postura de Putin, diz, não é abertamente territorialista neste momento, mas sim, a de manter uma influência russa no leste."

Ela também lembra a importância dos gasodutos. Parte importante desses gasodutos, lembra, estão nessas regiões que se rebelam contra Kiev, e caso elas passem para o lado da Rússia, a Ucrânia perde uma parte da receita, que é o que a Rússia paga pelo transporte para a Europa.

Esse componente econômico diz, é fundamental para a Ucrânia, que fará o possível para manter o controle sobre a receita oriunda da venda do gás.

Para ouvir a entrevista completa, clique no ícone "Ouvir."
 

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