Manifestantes pró-Rússia ocupam prédios oficiais no leste da Ucrânia
Na Ucrânia, centenas de manifestantes pró-russos protestaram diante da sede do governo regional de Kharkiv, no leste do país. Um grupo conseguiu invadir um prédio público na noite deste domingo (6). Mais cedo, manifestantes invadiram a sede do governo de Donetsk, na mesma região. Eles pedem a organização de um referendo para decidir sobre uma anexação à Rússia.
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O leste da Ucrânia, região na fronteira da Rússia, tem sido palco constante de manifestações em favor da "federalização" do país. Essa reivindicação, aliás, é apoiada pelo governo russo. As cidades de Kharkiv e Donetsk são as mais importantes da região e também são vistas como um bastião político do presidente deposto Viktor Yanoukovitch, aliado do presidente russo, Vladimir Putin. Desde a queda de Yanoukovitch, no final de fevereiro, o leste da Ucrânia é um foco de tensão política.
Seguindo o exemplo da Crimeia, em Donetsk, os manfestantes exigiram a organização de um referendo para decidir sobre uma possível anexação à Rússia. Depois de conseguirem entrar na sede do governo regional, eles hastearam uma bandeira com os dizeres “República de Donetsk" na fachada do imóvel. A ocupação, porém, não foi contida pela polícia.
Neste domingo, o presidente ucraniano interino, Oleksander Tourtchinov, cancelou sua viagem à Lituânia para lidar com o que chamou de "agitação separatista" nessa região.
Guerra do gás
O governo interino ucraniano acusa a Rússia de fomentar movimentos separatistas no país e de tentar asfixiar a sua economia. No sábado, a Ucrânia rejeitou a alta de 80% no preço do gás imposta pela Rússia. Para o governo ucraniano, essa pressão política é “inaceitável”.
A decisão da Rússia de elevar os preços do gás de forma unilateral pode provocar uma “guerra do gás” com impactos em toda a Europa, avaliou o premiê ucraniano, Arseni Iatseniouk.
A Ucrânia é extremamente dependente do gás russo além de ser também um local de passagem do produto para países da Europa. Cerca de 40% do gás exportado pela Rússia para o continente passa pelo território ucraniano. Logo, uma suspensão do fornecimento do produto russo teria consequências imediatas no leste europeu.
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