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Ucrânia/FMI

Missão do FMI viaja à Ucrânia para discutir plano de ajuda com governo interino

Uma equipe do Fundo Monetário Internacional (FMI) chega à Ucrânia nesta terça-feira (4), para discutir um plano de ajuda com o governo interino. O grupo, que deve permanecer no país até o dia 14 de março, "avaliará a situação econômica atual" e "discutirá reformas que poderão servir de base para um program" de ajuda, indicou o Fundo em um comunicado.

Protesto em Bruxelas contra o conflito na Ucrânia.
Protesto em Bruxelas contra o conflito na Ucrânia. REUTERS/Yves Herman
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 A assistência foi pedida pelo novo primeiro-ministro, Arsenius Iatseniuk, que afirmou que os cofres do Estado estão vazios. A diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, estimou que a situação econômica ucraniana não é calamitosa e que é preciso tomar cuidado com pedidos exagerados. Independentemente do montante, a comunidade internacional também pede uma rápida ação do fundo.

Economistas da Comissão Europeia chegaram na segunda-feira à Ucrânia, mas "nenhum Estado membro fará qualquer movimento antes que o FMI avalie as necessidades financeiras" do país, afirmou um alto-funcionário da Comissão.

O presidente da CE, José Manuel Durão Barroso declarou em Berlim que os europeus estão trabalhando junto com o FMI para viabilizar o apoio financeiro à Ucrânia. “O país passa por dificuldades às quais devemos responder com medidas de emergência no campo econômico”, declarou Durão Barroso.

De acordo com o governo interino, Kiev necessita de US$ 35 bilhões em dois anos para sanar as contas públicas e espera receber US$ 15 bilhões do FMI ainda este ano. O problema é que o fundo já tem um passivo pesado com a Ucrânia. Em julho de 2010, ele acertou uma linha de crédito de US$ 15,3 bilhões, que acabou congelada no início de 2011, diante do recuso das autoridades da época de promover reformas exigidas em contrapartida.

Xadrez diplomático

O jogo diplomático em torno da crise europeia se agrava com trocas de acusações, ameaças de sanções e a presença russa cada vez mais intensa no país vizinho. O presidente americano, Barack Obama, declarou que "a Rússia está do lado errado da história". Uma reunião extraordinária dos chefes de Estado e de governo da União Europeia acontece nesta quinta-feira, em Bruxelas, para discutir a crise na Ucrânia. O anúncio foi feito nesta terça-feira (3), por Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu.

No início da tarde desta segunda-feira, cerca de 300 manifestantes pró-Rússia tomaram a sede da administração geral da cidade de Donetsk, no sudeste ucraniano. Eles participavam de um protesto que reuniu entre 3 mil e 4 mil pessoas que exibiam bandeiras russas e gritavam "venha, Putin!". Ao fim da manifestação, eles quebraram as vidraças e invadiram o prédio, ocupando diversos andares.

De acordo com o líder do movimento, Pavel Gubarev, o grupo exige que a Rada (parlamento nacional) seja declarado ilegítimo, que um governador pró-russo seja nomeado em Donetsk e que as forças de ordem locais sejam colocadas sob o comando da autoridade regional.

Enquanto isso, a presença de militares russos na região autonôma da Crimeia continua colocando lenha na fogueira. Nesta segunda-feira (3), o primeiro ministro interino da Ucrânia, Arseni Iatseniuk, garantiu que seu país "não cederá a Crimeia a quem quer que seja".

Crise na Crimeia

Ele garantiu que sempre foi e continuará sendo um partidário de uma solução diplomática para a crise, mas o embaixador ucraniano na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), fez um alerta em Viena. "A Ucrânia é um país pacífico, mas ela defenderá sua soberania e sua integridade territorial (...) por todos os meios possíveis e em total conformidade com a Carta das Nações Unidas", afirmou Ihor Prokoptchuk. Ele pediu ainda o retorno das forças russas a suas casernas, além da revogação da autorização dada no último sábado pelo Parlamento russo ao presidente Vladimir Putin de recorrer à força na Ucrânia. Kiev exige ainda a abertura de um diálogo com Moscou.

As autoridades ucranianas acusam a Rússia de continuar a aumentar sua presença militar na Crimeia, em desrespeito ao acordo entre os dois países que estabelece que Kiev seja informada de qualquer movimento de tropas com 72 horas de antecedência. De acordo com o governo interino, nas últimas 24 horas, dez helicópteros de combate e oito aviões de transporte foram deslocados para a região. No fim de semana, os russos já aumentaram em 6 mil homens seu contingente na Península, que já abriga uma flotilha russa no Mar Negro.
 

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