Acessar o conteúdo principal

Com intervenção na Crimeia, Putin quer manter influência russa

O novo capítulo da crise ucraniana com a chegada das tropas russas à Crimeia e a morte do cineasta francês Alain Resnais são as manchetes da imprensa francesa desta segunda-feira.

Homens não identificados, patrulham na praça em frente ao aeroporto de Simferopol, na Crimeia, tomado por grupo pró-Rússia.
Homens não identificados, patrulham na praça em frente ao aeroporto de Simferopol, na Crimeia, tomado por grupo pró-Rússia. REUTERS/Baz Ratner
Publicidade

Criméia, a lógica da guerra. Com esse título o jornal Le Figaro resume a nova estratégia empregada pela Rússia para medir suas forças com as potências ocidentais para o controle da Ucrânia. O exército russo desembarcou em plena luz do dia em Simféropol, capital administrativa da região autônoma da Criméia, informa o enviado especial do jornal.

O comando da marinha ucraniana ser curvou às autoridades pró-russas da província, destaca o Le Figaro. Enquanto isso, lembra o jornal, o novo governo de Kiev denunciou uma declaração de guerra por parte de Moscou. Em editorial, Le Figaro diz que o presidente Vladimir Putin já deu várias provas de que mantém sua determinação de preservar sua área de influência. Mas o jornal questiona a vontade dos europeus de entrar em guerra por um país que ninguém prometeu ainda que um dia vai entrar na União Europeia.

Até onde irá Putin? É o que pergunta em sua manchete do jornal Aujourd'hui en France. Diante de tantas ameaças e pressões, o mundo inteiro quer saber sobre as reais intenções do presidente russo na Ucrânia. Um ex-conselheiro de Putin acredita que ele pretende dividir o país como fez com a Georgia, em 2008.

Outros especialistas dizem que o presidente russo teme a entrada dos ucranianos na Otan. Em ambas hipóteses, Putin quer manter sua esfera de influência em uma região que já fez parte da União Soviética.

La Croix dedica sua manchete à manifestação de ontem em Kiev onde milhares de ucranianos foram às ruas pedir para a Rússia renunciar a qualquer intervenção militar.
A incerteza e a angústia dominam o país, escreve o jornal católico.

O balé diplomático internacional dos últimos dias mostrou toda sua impotência. E como responder à esse sinal verde do parlamento russo que deu autorização para Putin enviar tropas à Criméia para proteger a população russa local? , indaga o jornal católico. ONU, Otan e União Europeia ainda não demonstraram ações concretas para frear essa demonstração belicista de Moscou, afirma o La Croix em seu editorial.

Adeus a Alain Resnais

Resnais, cinema meu amor. Essa manchete do jornal Libération faz uma alusão a Hiroshima, meu amor, um dos filmes que marcaram a carreira de Alain Resnais, morto no sábado aos 91 anos.
Figura emblemática do chamado "Novo Cinema", Resnais é, ao lado de Jean-Luc Godard, um dos tutores de uma arte encarada com ambição e audácia e como um laboratório cheio de ideias efervescentes.

De acordo com o jornal, os dois reagiram, cada um à sua maneira, ao fim da Guerra e ao horror da bomba atômica. Ao lembrar de sua longa trajetória de vida e arte, Libération afirma que Alain Resnais não se deixou seduzir pelo sectarismo estético da Nouvelle Vague e decidiu trilhar um caminho próprio, em uma espécie de movimento duplo: a paixão pelo presente e o medo de estragar o que nos restou do passado.
 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.