Acessar o conteúdo principal
Rússia/política

Ex-magnata russo libertado por Putin vai militar por prisioneiros políticos

O ex-milionário russo Mikhaïl Khodorkovski, que se instalou em Berlim após ser agraciado pelo presidente Vladimir Putin, disse nesse domingo que não deram a ele uma “oportunidade” de ficar na Rússia durante sua libertação. Crítico feroz do Kremlin, o magnata afirmou que irá militar pela defesa dos prisioneiros políticos de seu país.

Mikhail Khodorkovsky, durante entrevista coletiva em Berlim, neste domingo, 22 de dezembro.
Mikhail Khodorkovsky, durante entrevista coletiva em Berlim, neste domingo, 22 de dezembro. REUTERS/Axel Schmidt
Publicidade

“Não podem me considerar um símbolo de que não existem mais prisioneiros políticos na Rússia”, declarou Khodorkovski em sua primeira entrevista coletiva, em Berlim. “ Vou fazer de tudo para que não existam mais (prisioneiros políticos), farei tudo o que puder”, insistiu.

"Os responsáveis políticos dos países ocidentais devem se lembrar, ao manter relações com o presidente Putin, de que não sou o último prisioneiro político da Rússia”, afirmou. “Eu não tive outra escolha no momento de minha libertação”, contou. “Quando me acordaram às 2 horas da manhã disseram que eu iria para casa”, afirmou com um sorriso irônico.

Ele afirmou que os agentes penitenciários o acompanharam até o fechamento da porta do avião que o levou à capital da Alemanha. O ex-prisioneiro agradeceu a chanceler Ângela Merkel pelo seu envolvimento na sua libertação.

 "Eu sou muito grato a Angela Merkel, e aqui tomei conhecimento do papel que teve nas negociações que levaram à minha libertação”, disse. Khodorkovski afirmou ter um visto de um ano e nesse período vai decidir o que fazer, sem revelar se pretende ficar na Alemanha.

Adversário de Putin, Khodorkovski se comprometeu a ficar afastado da política e afirmou que não poderia das mais detalhes das condições para voltar a ser um homem livre.

"As autoridades russas podem dizer honestamente que elas não queriam me enviar ao exílio e que fui eu que o pedi. Mas conhecendo a realidade russa, sabemos perfeitamente que elas queriam que eu deixasse o país”, afirmou em entrevista à revista de oposição russa The New Times, antes de se encontrar com os jornalistas para a entrevista coletiva. 

O ex-magnata também afirmou que não voltará à Rússia enquanto a Corte Suprema do país não suspender sua condenação civil de mais de 550 milhões de dólares.

No final da coletiva, ele se pronunciou sobre um eventual boicote aos Jogos de Inverno de Sotchi, que terá início dentro de algumas semanas na famosa cidade russa. “ É uma festa do esporte, uma festa para milhões de pessoas e, provavelmente, não deve ser desperdiçada”, declarou.
 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.