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Grã-Bretanha/escravidão

Mulheres escravas na Grã-Bretanha apanhavam, segundo a polícia

As três mulheres trancadas durante mais de 30 anos em uma casa no bairro de Lambeth, em Londres, que viviam como escravas, apanharam durante o período de detenção, anunciou a polícia britânica nesta sexta-feira, durante uma coletiva de imprensa. O casal acusado de submetê-las a tortura e trabalhos forçados foi liberado depois do pagamento de uma fiança.

As mulheres viviam trancadas em um casa no bairro de Lambeth, em Londres.
As mulheres viviam trancadas em um casa no bairro de Lambeth, em Londres. REUTERS/Andrew Winning
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De acordo com o porta-voz da polícia metropolitana, Steve Rodhouse, "as conclusões das investigações mostram uma situação complicada e perturbadora", e evidenciam que as três vítimas eram controladas emocionalmente pelos seus algozes.

A polícia também revelou que o casal que mantinha as mulheres em cativeiro já havia sido preso pela primeira vez nos anos 70, mas não deu maiores detalhes. Os dois têm 67 anos e não tem nacionalidade britânica. Eles foram liberados depois do pagamento de uma fiança.

De acordo com os policiais, uma das escravas, uma britânica de 30 anos, passou toda a vida na casa, mas os investigadores ainda não puderam estabelecer a relação entre ela, o casal, e as outras duas mulheres presas –uma irlandesa de 57 anos e uma malaia.

A investigação, segundo a polícia, pode durar demorar mais tempo do que o previsto. As mulheres-escravas foram libertadas pela polícia no dia 25 de outubro. O caso chocou a Grã-Bretanha e a opinião pública, que questiona como o casal pôde manter as mulheres presas durante tanto tempo sem levantar suspeitas.

A população também se pergunta como o casal, suspeito de trabalhos forçados e escravidão, foi libertado. A polícia explicou que o estado emocional das vítimas dificulta os depoimentos e os investigadores ainda não conseguiram reconstruir a história em detalhes.

Por enquanto, sabe-se que elas não sofreram abusos sexuais, mas passaram todo o tempo confinadas, sendo submetidas a torturas físicas e psicológicas. As três foram libertadas graças à iniciativa da irlandesa, que ligou, em um momento de distração do casal, para a associação Freedom Charity.

De acordo com a organização não-governamental, a estimativa é de que haja entre 4200 e 4600 vítimas deste tipo de escravidão na Grã-Bretanha.
 

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