Papa pede "solução política para a Síria"

O papa Bento 16 pediu uma “solução política” para o conflito na Síria em sua tradicional bênção "Urbi et Orbi" (à cidade e ao mundo), nesta terça-feira. Diante de milhares de pessoas reunidas na Praça São Pedro, em Roma, o Sumo Pontífice pediu neste dia de Natal os envolvidos “detenham o derramamento de sangue” e “facilitem o socorro".

Papa Bento 16 abençoa a multidão nesta terça-feira, no Vaticano. REUTERS/Alessandro Bianchi

"Sim, que a paz germine para a população síria, profundamente ferida e dividida por um conflito que não poupa nem as pessoas sem defesa e faz vítimas inocentes”, afirmou sobre o confronto que nos últimos 21 meses provocou a morte de pelo menos 44 mil pessoas, segundo organizações internacionais.

O papa fez um apelo pela paz na África, principalmente na Nigéria e no Quênia, onde uma série de atentados islamitas visando lugares de culto foram registrados no último ano. Ele também evocou os conflitos na República Democrática do Congo e no Mali. Bento 16 citou o Egito, país do mundo árabe onde os cristãos são mais numerosos, como uma nação que precisa construir uma sociedade mais justa e lembrou a Primavera Árabe. "O norte da África atravessa uma profunda transição em busca de um novo futuro", disse em sua bênção retransmitida ao vivo por diversos canais de televisão.

Em sua oitava celebração de Natal como líder da Igreja Católica, o papa de 85 anos falou do lugar da fé em Deus no mundo moderno e pediu aos “novos dirigentes chineses que respeitem as religiões” para fundar uma sociedade solidária. Ele fez ainda seus votos para a Terra Santa, desejando que o "Cristo dê coragem a israelense e palestinos para por fim aos anos de lutas e divisões e que eles decidam pelo caminho da negociação". Para a América Latina, região com a maior concentração de católicos, o desejo do papa é de encorajar os governantes a "lutarem contra a criminalidade".