Para advogado de autor de massacre, seu cliente tem problemas mentais

O advogado do norueguês acusado de ter matado 76 pessoas em dois ataques na semana passada declarou que tudo indica que seu cliente é “demente”. Anders Behring Breivik vai passar por uma avaliação médica, informou o advogado. Uma marcha em memória das vítimas está prevista para amanhã. A Europol declarou que vai atualizar dados sobre a extrema-direita na Europa.

Cerca de 150 mil pessoas reuniram-se no centro de Oslo empunhando rosas e velas, como forma de homenagem às vítimas do duplo atentado. REUTERS/Cathal McNaughton

Em declaração à imprensa, o advogado Geir Lippestad declarou que Breivik admite os fatos, mas se recusa a se declarar culpado. Segundo Lippestad, o acusado “acredita que está numa guerra” e “detesta todos os que acreditam na democracia”. O advogado acrescentou que se os exames psiquiátricos confirmarem que ele é um doente mental, Breivik não poderá ser condenado a uma pena de prisão.

Breivik também admitiu surpresa de ter podido ir tão longe, contou Lippestad. “Ele pensava que seria morto a qualquer momento durante os ataques”. Pouco antes dos atentados, Breivik publicou na internet um vídeo e um manifesto de mais de 1500 páginas, onde dizia ser um cavaleiro templário com o objetivo de iniciar uma guerra contra o Islã e contra as ideias marxistas na Europa.

Rosas

Paralelamente o comércio de flores não consegue dar conta da demanda, principalmente por rosas. A flor se transformou em símbolo do luto pelo massacre. Uma ‘marcha das rosas’ está sendo organizada para quarta-feira, em Oslo. Cerca de cem mil pessoas devem participar, com uma rosa na mão, para lembrar os mortos na tragédia. Os floristas contam que nunca venderam tantas flores.

A Europol, a polícia europeia, quer atualizar seus dados sobre a extrema-direita, principalmente na região norte, após os ataques que deixaram 76 mortos na Noruega. A Europol afirmou que colocou em operação desde sexta-feira um centro de operações com cerca de 50 especialistas em inteligência, explosivos e antiterrorismo. A instituição também pediu colaboração de polícias locais, como a Scotland Yard, da Grã-Bretanha.