Jovem magnata do bitcoin é extraditado para os EUA, após falência de império de US$32 milhões
O cofundador da FTX, Sam Bankman-Fried, 30 anos, chegou aos Estados Unidos sob custódia do FBI na quarta-feira (21) após sua extradição das Bahamas por acusações de fraude ligadas ao colapso da plataforma de criptomoedas, informou a mídia americana.
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Sua companhia de câmbio virtual e a empresa comercial irmã, Alameda Research, declararam falência no mês passado, derrubando um negócio que havia sido avaliado pelo mercado em US$32 bilhões.
Promotores federais em Nova York acusaram o empresário de 30 anos, que já foi um prodígio da criptomoeda, de enganar investidores e abusar de fundos de clientes da FTX e da Alameda Research.
O promotor federal dos EUA, Damian Williams, anunciou na noite de quarta-feira que o FBI já o tinha sob custódia e o transportaria "diretamente para o distrito sul de Nova York".
O avião em que viajava aterrissou na noite de quarta-feira, informou a mídia americana.
Mais cedo, nas Bahamas, sede da FTX, o ministro das Relações Exteriores, Frederick Mitchell, assinou uma ordem de entrega de Bankman-Fried aos Estados Unidos sob um tratado de extradição bilateral.
O empresário renunciou ao direito de contestar a extradição, indicou o procurador-geral Ryan Piner.
A decisão foi tomada nove dias depois de ele ter sido preso em seu apartamento de luxo em Nassau, a pedido dos Estados Unidos.
Os promotores federais de Nova York anunciaram que o empresário recebeu oito acusações, incluindo conspiração, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e violações da lei de financiamento eleitoral.
Bankman-Fried "estava orquestrando fraudes maciças há anos, desviando bilhões de dólares de fundos de clientes de plataformas de negociação para seu próprio ganho pessoal e para ajudar a aumentar seu criptoimpério", disseram.
Cinco dos oito crimes imputados a Bankman-Fried têm pena máxima de 20 anos de prisão cada.
O regulador do mercado de ações dos EUA, a SEC, o acusou de violar as leis de segurança.
Capa de revista
O promotor William indicou que duas figuras-chave neste caso - a CEO da Alameda Research, Caroline Ellison, e o cofundador da FTX, Gary Wang - se declararam culpados e estão cooperando com as autoridades.
As acusações estavam "ligadas aos seus papéis nas fraudes que contribuíram para o colapso da FTX", afirmou sem dar mais detalhes.
Paralelamente, a SEC e a Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities (CFTC) anunciaram na quarta-feira a abertura de ações civis contra Ellison e Wang e garantiram que também estavam cooperando com eles.
A CFTC estima que US$8 bilhões de fundos de clientes foram desviados pela FTX.
Após sua fundação em 2019, a FTX emergiu como um ator-chave no mundo das criptomoedas.
Bankman-Fried apareceu nas capas de revistas de finanças e tecnologia e recebeu grandes investimentos de grandes acionistas e gestores de fundos.
Ele também conviveu com políticos, tornando-se porta-voz da indústria em questões regulatórias em Washington e contribuindo com dezenas de milhões de dólares para campanhas republicanas e democratas.
Mas tudo isso implodiu em novembro, quando um artigo indicou que os balanços da Alameda eram mantidos principalmente em uma criptomoeda criada pela FTX, que não tinha valor independente.
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