Acessar o conteúdo principal
Radar econômico

Palavra de ordem nos 180 dias do governo Temer é cautela, diz economista

Publicado em:

Desde 12 de maio o Brasil tem um novo presidente interino, que começou seu governo com algumas turbulências do ponto de vista político. No entanto, as atenções dos investidores internacionais estão mais voltadas para o contexto econômico nesse período de transição, principalmente após o anúncio, nesta terça-feira (24), das primeiras medidas do governo de Michel Temer para tentar estabilizar as contas do país.

Alex Agostini é economista-chefe da agência de classificação de riscos Austin Rating
Alex Agostini é economista-chefe da agência de classificação de riscos Austin Rating RFI
Publicidade

Uma das primeiras medidas anunciadas pelo presidente interino foi a devolução aos cofres públicos, por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), dos recursos repassados pelo Tesouro Nacional nos últimos anos, que somaram mais de R$ 500 bilhões. Temer também expôs a proposta de adoção de um limite para os gastos públicos.

Antes mesmo da divulgação dessas medidas, Alex Agostini, economista-chefe da agência de classificação de riscos Austin Rating, já via o período de transição do governo Temer como um momento de esperança para a economia brasileira. No entanto, segundo ele, como o país sai de uma fase de dois anos seguidos de recessão, as melhoras não devem acontecer rapidamente. “Os anseios são de curto prazo, mas os resultados não serão de curto prazo, e isso vai gerar desafios para o governo, que terá que conseguir encontrar um equilíbrio entre as necessidades da sociedade, o ambiente político ainda bastante nebuloso, com a necessidade de fazer o ajuste econômico”, explica. Para o economista, mesmo se cada aspecto for resolvido em um momento, os resultados só serão sentidos a médio e longo prazo. “No mínimo daqui dois anos nós teremos uma situação melhor no país”, prevê.

Momento de oportunidades para alguns

Porém, o economista vê esse período do processo de destituição de Dilma Rousseff, que pode durar até seis meses, como um momento de oportunidades para alguns. “Os investidores não vão apostar todas as fichas em uma mudança efetiva. Mas alguns, acreditando que o impeachment vai se concretizar ao final de 180 dias, vão se antecipar nos investimentos”, estima. Mesmo assim, para ele, “a palavra de ordem será cautela”.

Mas para quem não tem medo do risco, esse parece ser o momento ideal. “Alguns vão aproveitar esse período para colocar parte dos planos que estavam engavetados para operar, já esperando uma melhora da economia em 2017. Porque se aguardar até 2017, talvez perca a oportunidade no momento atual, em que algumas condições para certos setores ainda são bastante positivas”.

Segundo Agostini, as áreas relacionadas às commodities, por exemplo, são uma boa opção, “já que o mercado internacional está em processo de recuperação e que a China está em fase de ajuste”. Para o economista, os setores que trabalham com mercado externo devem aproveitar esse ambiente interno de transição para “investir em qualidade da força de trabalho, em máquinas e equipamentos, pois os preços de mão-de obra e insumos tendem a cair”, teoriza.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Veja outros episódios
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.