FMI prevê PIB menor no Brasil em 2014, na contramão da alta global
O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou a projeção de crescimento mundial para 2014, mas reduziu a perspectiva para a economia do Brasil, de acordo com relatório divulgado nesta terça-feira (21). A expectativa de expansão do PIB mundial passou para 3,7% este ano, contra 3,6% esperados no relatório de outubro. Já a do Brasil caiu 0,2 ponto percentual, de 2,5% (em outubro) para 2,3%.
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Para 2015, a revisão foi feita no mesmo sentido, com o crescimento mundial permanecendo em 3,9%, e o do Brasil sendo revisado de 3,2% para 2,8%, uma queda de 0,4 ponto percentual.
Em relatório divulgado em abril do ano passado, o FMI se mostrava bem mais otimista em relação à economia brasileira, com previsão de crescimento de 4% em 2014. Desde então, no entanto, as projeções encolheram.
Em relação aos países emergentes que tiveram o crescimento revisado para baixo, casos do Brasil e da Rússia, o FMI aponta como causas o consumo interno mais fraco que o esperado, a escassez de crédito e incerteza política, o que reduz os investimentos. O economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, sublinha que os países com fragilidades internas serão os mais expostos a perdas.
Esta é a primeira vez desde abril que o FMI revê suas projeções com um pouco mais de otimismo. Nos Estados Unidos, primeira economia do mundo, o PIB vai aumentar mais que o previsto em 2014 (+0,2 ponto percentual a 2,2%), graças à forte demanda interna e ao acordo orçamentário fechado recentemente com o Congresso.
"Os freios que impedem uma melhora da economia mundial relaxam aos poucos, o peso da redução dos déficits diminui, e o sistema financeiro se recupera lentamente, provocando uma inversão de tendência", resumiu Blanchard durante uma entrevista coletiva em Washington.
Epicentro da crise das dívidas públicas, a zona do euro está dando adeus à recessão com um crescimento mais forte que o esperado em 2014 (+0,1 ponto percentual a 1%), sustentada por suas duas maiores economias, Alemanha e França. Nos países mais modestos do bloco, como Grécia, Espanha, Chipre, Itália e Portugal, o desempenho econômico ainda estará sujeito a tensões.
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