Parlamento Europeu investiga ação da troika em países que receberam ajuda financeira

Quatro anos após o início da crise na zona do euro, o Parlamento Europeu lança uma investigação sobre o papel da troika – formada pelo Banco Central Europeu, o Fundo Monetário Internacional e a Comissão Europeia. As três instituições devem explicar suas gestões durante a intervenção nos quatro países onde foram credores internacionais: Portugal, Grécia, Irlanda e Chipre. Saiba mais ouvindo esta edição do Linha Direta com a nossa correspondente em Bruxelas, Letícia Fonseca.

Mensagem contra a troika de credores em muro de Portugal. REUTERS/RAFAEL MARCHANTE

Um grupo de deputados da comissão de Assuntos Econômicos e Financeiros do Parlamento Europeu está investigando o trabalho da troika nos países da zona do euro que sofreram intervenção.

"Eles questionam se houve legitimidade na ação da troika durante as negociações e no acompanhamento dos programas de ajuste econômico e financeiro. A interferência dos credores internacionais nos programas de austeridade para diminuir os déficits dos países e a falta de transparência das instituições são as maiores críticas dos eurodeputados", relata Letícia Fonseca.

A jornalista conta que o relatório final sobre esta investigação será divulgado em março. Uma delegação do Parlamento Europeu já visitou Portugal, Irlanda e Chipre e no final do mês irá à Grécia.

"Segundo o governo grego, o primeiro programa de ajuda da troika colocou muita ênfase no aumento dos impostos e não na redução das despesas. Ontem (15) o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, recusou qualquer negociação com a troika de credores internacionais que implique em novos aumentos de impostos ou cortes adicionais das pensões. Ele afirmou que os gregos tiveram que fazer sacrifícios enormes para voltar a colocar o país de pé", informa a correspondente da RFI em Bruxelas.

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