Acessar o conteúdo principal
Radar econômico

Verão se anuncia ruim para o turismo na França

Publicado em:

Com a crise que permanece na Europa, a França vive mais um ano de números ruins para o turismo de verão. Enquanto cidades míticas como Paris ou a Côte d'Azur continuam recebendo visitantes, de uma forma geral houve queda de 10% na frequentação de hotéis e restaurantes do país, em julho.

Imagem do balneário de Cap Ferrat, na Cote D'Azur, na França.
Imagem do balneário de Cap Ferrat, na Cote D'Azur, na França. Wikipedia
Publicidade

A ministra francesa do Turismo, Sylvia Pinel, espera um mês de agosto mais favorável. “Tem uma queda, sobretudo na primeira quinzena de julho, ligada ao clima ruim em junho e ao fato de que os franceses hoje viajam mais depois do dia 15 de julho. Nós teremos uma avaliação mais completa no final de agosto, quando analisaremos as causas deste fenômeno”, disse, em entrevista à rádio RTL nesta segunda-feira.

Porém Rolando Heguy, presidente da União da Indústria Hoteleira francesa, não compartilha a mesma serenidade da ministra. Ele está pessimista sobre os números deste ano, já que apenas 65% das vagas em hotéis estão reservadas até agora para agosto. “Sabemos muito bem que, independente do que acontecer em agosto, 2013 não vai ser um grande ano. Os números não estão bons; está claro”, afirmou. “Sentimos que os franceses viajam menos e por menos tempo, e sabemos que por trás disso está um receio em relação à crise. O poder aquisitivo está fraco, portanto há menos consumo, o que fica claro no setor hoteleiro e de alimentação.”

Um estudo da consultoria MKG, especializada em turismo, constatou que no mês passado houve uma queda de 4,4% dos preços dos quartos de hotéis. Vangelis Panayotis, diretor de Desenvolvimento da companhia, explica as causas desta baixa. “A primeira razão é que a clientela francesa está se orientando para outras alternativas de hospedagem além dos hotéis, como os sites de troca de apartamento, pousadas, campings ou motor home. São vários tipos de hospedagens alternativas. E tem também uma consequência ligada ao ramadã, que neste ano atingiu em cheio o mês de julho e afastou a clientela do Oriente Médio. Eles agora virão em agosto”, avalia.

Além disso, Panayotis acha que a França está devendo para outros países turísticos no verão, como a Espanha, a Grécia ou a Turquia, onde os investimentos em infraestrutura turística tem sido maiores. Nestes países, a oferta para as férias é mais variada e mais em conta.

“É claro que a relação entre a qualidade e o preço é importante, sobretudo em período de crise. Mas além do preço, eu acho que na França o ritmo dos investimentos em infraestrutura turística está reduzido. A tendência tem sido de fechar quartos de hotel ao invés de abrir”, comenta. “Vemos que todos os países para onde os turistas têm preferido ir são países que investiram muito na infraestrutura de lazer. Acho que na França temos que correr atrás do prejuízo para sermos mais competitivos.”

Rolando Heguy acha que o exemplo da Grécia é sintomático. Apesar de ser o país europeu que mais sofre com a crise, os gregos devem receber 1 milhão a mais de turistas do que ano passado, passando de 16 para 17 milhões de visitantes.

“O que acontece é que neste ano eles vão melhorar em 15 bilhões de euros as receitas do turismo. É uma verdadeira indústria. Seria necessário que, na França, nós utilizássemos o turismo como alavanca econômica”, constata o presidente da UMIH.

Clique em ouvir para escutar a reportagem completa.
 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Veja outros episódios
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.