A adoção de medidas para relançar o crescimento na Europa ultrapassou a fronteiras da campanha presidencial francesa e virou o assunto da vez entre os líderes da União Europeia. O candidato socialista às eleições na França, François Hollande, insiste que a hora de falar de austeridade já passou e que, para retomar a economia, vai ser preciso rever o Pacto Fiscal Europeu, que obriga os países do bloco a manter o déficit público abaixo dos 0,5% do PIB. Mas os economistas divergem sobre essa alternativa.
Hollande afirma que somente através de investimentos estratégicos os europeus vão conseguir retomar o crescimento e virar o jogo contra a crise. Neste final de semana, a chanceler alemã, Angela Merkel, propôs um reforço do Banco Europeu de Investimentos e uma utilização mais flexível do Fundo de Infraestrutura da União Europeia para retomar a economia.
Nos bastidores, já se fala que uma espécie de Plano Marshall europeu estaria por vir e injetaria 200 bilhões de euros em infraestrutura, energias e tecnologia. Mas Merkel continua se negando a renegociar o Pacto Fiscal, que segundo ela é fundamental para evitar que os países gastem muito mais do que arrecadam, como ocorreu com a Grécia.
O economista Ricardo Cabral, da Universidade de Madeira, em Portugal, defende há bastante tempo que atacar o déficit não é a melhor forma de combater a crise. Já o professor de Finanças Theo Vermaelen, do Insead, na França, tem uma visão bem diferente. Ele acha que o setor privado está pronto pâra voltar a investir, se os governos oferecerem as garantias necessárias.
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