OCDE diz que Grécia vai levar uma geração para se recuperar de crise
O pacote de ajuda financeira elaborado pela União Europeia e o Fundo Monetário Internacional para a Grécia vai reduzir apenas “ligeiramente” o endividamento de Atenas, afirmou hoje a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), na capital grega. O órgão ainda alertou que será necessária uma geração inteira para que o país se recupere da profunda crise econômica que enfrenta e coloque as finanças em dia.
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Para isso, será essencial a aplicação "irrepreensível" das reformas econômicas anunciadas pelo atual governo, alerta a organização. "O apoio financeiro que foi decidido pelos poderes públicos, assim como o prolongamento da maturidade dos empréstimos gregos, públicos e privados, darão à Grécia o tempo para aplicar as reformas orçamentárias e estruturais , e o tempo de essas reformas darem frutos", afirma o relatório sobre o país.
De acordo com a análise da OCDE, a dívida grega - que era de 140% do seu PIB em 2010 -, deve cair para a 100% das riquezas do país em 2035. Este cenário imaginado pela organização parte do princípio de que a Grécia não vai chegar sequer perto do objetivo de conseguir arrecadar 50 bilhões de euros, via privatizações, até 2015, conforme desejam a UE e o FMI.
Uma outra projeção, mais otimista, cogita a hipótese de que o país conseguirá cumprir este objetivo com atraso, o que resultaria na redução da dívida grega a 60% do PIB em 2035, o limite estabelecido pelos tratados europeus. O órgão avalia que, "apesar dos custos a curto prazo, o programa de reformas será benéfico a longo prazo".
Submetida a rígidas medidas de austeridade há um ano, ditadas pelos credores - a zona do euro e o FMI -, a Grécia deve sofrer mais contração da sua economia neste ano, de 3,5%, e vai começar a sair do sufoco em 2012, com um tímido crescimento de 0,6%, de acordo com estimativas da OCDE.
Ao final do ano, o índice de desemprego deve atingir 16%, e ser ainda maior em 2012, com 16,4%. Por outro lado, a inflação, que deve ser de 2,9% em 2011, deve cair para 0,7% no ano que vem. Depois de ter se beneficiado de um pacote de ajuda de 110 bilhões de euros, o país acaba de receber um segundo plano de ajuda, que vai chegar a 159 bilhões de euros.
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