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Crise na Grécia

Fitch anuncia que vai declarar "moratória parcial" da dívida grega

Um dia depois do anúncio do novo plano de socorro à Grécia, a Fitch, uma das maiores agências de classificação de risco do mundo, anunciou que vai declarar "moratória parcial" da dívida grega. Essa será a primeira vez que um país europeu e desenvolvido é rebaixado à uma categoria de risco tão elevado. Economistas e analistas de mercado questionam, agora, a eficiência do plano de socorro à longo prazo.

Além da Fitch, outras agências de classificação de risco devem fazer o mesmo.
Além da Fitch, outras agências de classificação de risco devem fazer o mesmo. Reuters/Alessandro Garofalo
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No anúncio feito nesta sexta-feira, a Fitch considerou o acordo encontrado pelos 17 países da zona euro para conter a crise na Grécia "positivo e importante", mas ponderou que Atenas estará em situação de moratória em relação aos compromissos firmados no primeiro plano de ajuda ao país.

Os líderes europeus esperam, agora, que as outras grandes agências mundiais de classificação de risco façam o mesmo. Além da Fitch, a Standard & Poor's já havia alertado que consideraria qualquer mudança nas condições do empréstimo concedido à Grécia como "select défault" ou moratória parcial da dívida do país.

O novo plano de ajuda à Grécia modifica os termos do primeiro contrato firmado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e com a União Europeia. Além da participação do setor privado, as novas medidas incluem um reescalonamento da dívida, com prazos maiores para o reembolso e juros menores.

A estimativa é que os credores privados gregos, principalmente os bancos e seguradoras, percam, em média, 21% do valor atual dos títulos da díviga grega. Sem saída, tiveram que aceitar trocar os títulos da dívida a curto prazo por outros com vencimento mais tardio ou recomprar os títulos a preços mais baixos do os adquiridos anteriormente.

Mercado

Os mercados reagiram com otimismo ao plano de socorro da Grécia. As principais bolsas europeias registraram alta, mas muitos analistas continuam prudentes e consideram que vários pontos de interrogação ainda pairam no ar.

"O que conta, finalmente, é saber se os mecados vão considerar que o acordo representa uma resposta de longo prazo à crise do euro", considera Pierre Flabbée, analista da consultoria Kleper Capital Markets.

Segundo estimativa do banco JP Morgan, a dívida grega somente vai chegar a menos de 120% do PIB do país em 2016, mesmo se Atenas conseguir implantar integralmente seu programa de privatizações, no valor de 50 bilhões de euros.

O grupo CM-CIC considera que,as soluções encontradas pelos líderes europeus não vão resolver o problema da dívida grega, de um montante de 350 bilhões de euros.

A análise é que a Grécia não deve conseguir reembolsar o empréstimo tomado junto ao FMI e à União Europeia, "nem com as ajudas financeiras, nem com o corte de gastos, nem com o programa de privatização".

Os especialistas temem, ainda, um efeito contágio a outros países em crise da zona euro, como Portugal e Irlanda, apesar das garantias do presidente do Banco Central europeu, Jean-Claude Trichet, et dos líderes europeus de que o caso grego seria uma exceção.

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