BRIC é contra regras de regulação apresentadas na reunião do G20

Países do BRIC, grupo formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, manifestaram sua oposição aos indicadores apresentados para medir os desequilíbrios econômicos mundiais. O ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a afirmar que rejeita qualquer proposta de regulação dos preços dos alimentos.

O Ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, está em Paris para representar a posição do Brasil. Reuters

As principais propostas que serão apresentadas durante a reunião ministerial do G20 a partir desta sexta-feira em Paris não têm o aval dos países emergentes. A discordância ficou evidente após reunião dos membros do BRIC, grupo formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e, mais recentemente, África do Sul. Os emergentes se reuniram no início da tarde desta sexta-feira em um hotel na capital francesa, poucas horas antes da abertura oficial da primeira reunião do G20 este ano.

Após o encontro, chamado de “contra cúpula” pela imprensa francesa, o ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a afirmar que rejeita qualquer proposta de regulação ou contrôle do preço dos alimentos, como sugeriu recentemente o presidente francês, Nicolas Sarkozy. Ele defendeu o aumento da produção mundial para lutar contra a alta dos preços e voltou a acusar os paises avançados de manterem subsídios agrícolas.

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Guido Mantega, ministro brasileiro da Fazenda

“A solução na questão das commodities é estimular a oferta, principalmente nos países emergentes e pobres, que padecem do aumento do preço das commodities”, explicou o ministro. “O que temos que fazer é estimular a oferta e a produção, e não inibir os preços. O que ajudaria também seria acabar com os subsídios pois tem muitos países avançados que continuam usando subsídios e que vendem fertilizantes a preços elevados", analisou.

Mantega explicou que os BRICs também rejeitam a proposta francesa de controle das reservas internacionais. "Nós discordamos em estabelecer limites para o acúmulo de reservas enquanto não houver um sistema financeiro mais seguro”, disse o ministro. Os BRICs também são contra a ideia de impor restrições ao controle do fluxo de capitais, outra proposta que está sobre a mesa de negociações.

A reunião dos países emergentes foi realizada pouco antes da abertura oficial da reunião ministerial do G20. No sábado os ministros das Finanças e os presidentes dos Bancos Centrais dos 20 paises que compõem o grupo se reúnem no ministério das Finanças francês.