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Meio ambiente

Iceberg de mais de um trilhão de toneladas se desprende na Antártica

Um iceberg de um trilhão de toneladas, um dos maiores já registrados, desprendeu-se de uma plataforma de gelo no oeste da Antártica, disseram na quarta-feira (12) cientistas que monitoraram o processo da fissura.

Foto aérea do iceberg, vista por um satélite da Nasa
Foto aérea do iceberg, vista por um satélite da Nasa Reuters
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"O desprendimento ocorreu entre a segunda-feira, 10 de julho e quarta-feira, 12 de julho, quando uma seção de 4.800 quilômetros quadrados de Larsen C (plataforma de gelo) finalmente se separou", disse a Universidade de Swansea, do Reino Unido, em um comunicado. O iceberg tem cerca de 350 metros de espessura e o tamanho do Distrito Federal no Brasil.

O cubo de gelo massivo representava 12% da área total da plataforma Larsen C e deve ser denominado A68 após a fissura. "O iceberg pesa mais do que um trilhão de toneladas, mas já estava flutuando antes da fissura, de modo que não tem impacto imediato no nível do mar", disse a equipe.

O desprendimento dos icebergs da Antártica é uma ocorrência regular. Mas, devido à sua enorme dimensão, este iceberg será observado de perto enquanto vaga pelo oceano, por representar um risco potencial para o tráfego de navios na região. O desprendimento pode ter aumentado o risco de a restante plataforma de gelo se desintegrar, disse a equipe do Swansea.

As plataformas de gelo flutuam no mar, estendendo-se pela costa, e são alimentadas por geleiras que fluem lentamente da terra. Elas atuam como freios gigantes, impedindo que as geleiras fluam diretamente para o oceano.

Se as geleiras mantidas sob controle por Larsen C se desprendessem no Oceano Antártico, isso elevaria a marca global de água em cerca de 10 centímetros, disseram os pesquisadores.

O desprendimento de partes das plataformas de gelo ocorre naturalmente, embora acredite-se que o aquecimento global tenha acelerado o processo. A água do oceano mais quente erosiona a parte inferior das prateleiras de gelo, enquanto o aumento das temperaturas do ar os enfraquece por cima.

Uma plataforma de gelo vizinha, a Larsen A, entrou em colapso em 1995, e a Larsen B se separou sete anos depois. A ruptura final foi detectada por um satélite da NASA.

"Continuaremos monitorando o impacto desse evento na plataforma de gelo Larsen C e o destino desse enorme iceberg", disse o investigador principal, Adrian Luckman, do projeto MIDAS da universidade de Swansea. O que vai ocorrer com o iceberg desprendido é difícil de prever. Pode ficar em uma peça, mas também pode entrar em fragmentos.

"Um pouco do gelo pode permanecer na área por décadas, enquanto partes do iceberg podem se dirigir para o norte, por águas mais quentes", disse Luckman. A equipe disse que o desprendimento no iceberg não pode ser colocado diretamente na conta do aquecimento global, descrevendo-o como um "evento natural".

As ações humanas elevaram a temperatura média global do ar em cerca de um grau Celsius em relação à era pré-industrial, de acordo com cientistas. A Antártica é uma das regiões que se aquece mais rapidamente no mundo.

(Com informações da AFP)

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