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Tempestade solar provoca auroras boreais pelo mundo no fim de semana

A maior tempestade solar em mais de duas décadas atingiu a Terra nesta sexta-feira (10), provocando auroras polares espetaculares e ameaçando possíveis interrupções em satélites e redes elétricas durante o final de semana. O fenômeno deve durar até este domingo (12).

Aurora boreal causada pela tempestade solar foi vistas em vários países, incluindo o Canadá
Aurora boreal causada pela tempestade solar foi vistas em vários países, incluindo o Canadá AP - ETHAN CAIRNS
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Da Tasmânia à França, desde a manhã de sábado, fotos da aurora boreal invadiram as redes sociais. "Estou sem palavras para descrever este espetáculo no céu ontem à noite. Auroras boreais de todas as cores e visíveis a olho nu dançaram no céu em frente ao Monte Saint-Michel após uma tempestade geomagnética extremamente forte!", escreveu o fotógrafo francês Mathieu Rivrin no Facebook. Ele também publicou várias imagens na rede X.

A primeira de várias ejeções de massa coronal (CMEs, na sigla em inglês), que são grandes emissões de plasma e campos magnéticos do Sol, ocorreu pouco depois das 16h00 GMT (11h00 de Brasília), de acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA).

Mais tarde, a NOAA classificou a tempestade geomagnética como "extrema", a primeira desde  outubro de 2003. Na época, várias delas causaram apagões na Suécia e danos na infraestrutura energética na África do Sul.

"No início da noite, fiquei  feliz em ver as pessoas compartilhando suas emoções comigo. Eles estavam vendo a aurora pela primeira vez. Pouco a pouco, era possível enxergar em toda a França, até a Córsega", disse o astrofísico Éric Lagadec, do Observatório de Nice, em entrevista à RFI.

“Fiquei um pouco decepcionado porque não vi nada. Mas, a partir da meia-noite, ela tornou-se visível da minha varanda e foi extraordinário! Imagine, eu estava no centro de Nice vendo a aurora boreal! 

As autoridades pediram aos operadores de satélites, companhias aéreas e responsáveis pelas redes elétricas que tomassem medidas de precaução contra possíveis incidentes causados por mudanças no campo magnético da Terra.

A Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos, no entanto, disse que "não antecipa nenhum impacto significativo no sistema de espaço aéreo do país". Ao contrário das erupções solares, que viajam à velocidade da luz e são capazes de alcançar a Terra em oito minutos, as CMEs viajam a um ritmo mais lento, de 800 km por segundo.

Os meteorologistas esperam poder medir melhor o impacto que terão quando estiverem a uma distância de 1,6 milhão de quilômetros.

Os campos magnéticos associados às tempestades geomagnéticas induzem correntes nos condutores longos, incluindo os cabos de energia, o que pode provocar apagões. Também podem ocorrer impactos na comunicação por rádio de alta frequência, GPS, em naves espaciais e satélites.

Animais com bússolas biológicas podem ser afetados

Até mesmo pombos e outras espécies que possuem bússolas biológicas podem ser afetados. Mathew Owens, professor de física espacial na Universidade de Reading, disse à AFP que os efeitos serão sentidos principalmente nas latitudes norte e sul do planeta. O alcance exato dependerá da força final da tempestade.

"O norte do Canadá, a Escócia e lugares desse tipo terão boas auroras; acredito que podemos afirmar isso com segurança", afirmou, acrescentando que a situação pode ocorrer também no hemisfério sul. "Meu conselho é que saiam esta noite e olhem, porque se virem a aurora, é algo espetacular", continuou.

Nos Estados Unidos, esse fenômeno pode, em princípio, ser observado melhor na região ao norte de estados como Califórnia e Alabama. 

 As autoridades recomendam à população que siga as medidas padrões diante de possíveis apagões, como ter em mãos lanternas, baterias e rádios meteorológicos. A maior tempestade solar registrada é o "evento de Carrington", de 1859. Ela destruiu a rede telegráfica nos Estados Unidos, provocou descargas elétricas e a aurora boreal foi visível em latitudes inéditas, até a América Central.

RFI e AFP

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