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Saúde em dia

Fique de olho em sua pele: ela diz mais sobre sua saúde do que você pensa

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Longe de ser um luxo, a consulta ao dermatologista pode revelar problemas de saúde mais ou menos graves, que atinge outras partes do corpo, como explica a especialista Carla Bortoloto.

"A pele é um medidor de alguns tipos de doenças", diz a dermatologista Carla Bortoloto.
"A pele é um medidor de alguns tipos de doenças", diz a dermatologista Carla Bortoloto. (Foto: Divulgação)
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A pele, ou tecido cutâneo, é o maior órgão do corpo humano. Ele reage aos mais variados fatores externos, como frio, calor ou poluição ambiental. Um exemplo simples é a pele que resseca por conta de banhos quentes, uso de sabonete inadequado e até mesmo o atrito provocado pela esponja. A falta de hidratação pode desgastar a barreira epidérmica e desencadear coceira e outras irritações, lembra a dermatologista Carla Bortoloto.

O ato de coçar facilita a entrada de bactérias ou fungos na pele, que, em quantidade acima do normal, pode desenvolver vários tipos de infecções, como a foliculite, que atinge os folículos pilosos (a base do pelo), ou o odor na região das axilas, partes íntimas ou planta dos pés, que em um vocabulário mais técnico é chamado de Bromidrose. “Isso já é um fator de imunidade alterada na pele. Ou seja, você causou uma alteração da pele, para propiciar uma quantidade maior de agentes infecciosos, como as bactérias”, diz.

Outras situações podem afetar diretamente a imunidade e, consequentemente, a pele: stress exagerado, falta de sono, alimentação que exacerba a inflamação, pressão alta ou ainda colesterol elevado. Esses desequilíbrios alteram o chamado PH, ou potencial hidrogeniônico. O termo determina, em uma escala numérica de zero a 14, a acidez de um produto ou da própria cútis. “É muito importante a gente ter a integridade cutânea, através da junção de todos esses fatores, ou seja: uma alimentação adequada, noites de sono estável, hidratação da pele, e evitar uso de muitos produtos químicos, que fazem com que a gente também altere esse PH. São elementos que ajudam a manter a boa saúde da pele, evitando possíveis quadros de doenças”, explica.

Pele e doença autoimunes

Qualquer pessoa pode sofrer de infecções oportunistas na pele, mas, em alguns casos, elas são consequência de um desequilíbrio mais profundo, ligado a doenças autoimunes, por exemplo. Algumas específicas do tecido cutâneo, como é o caso do Vitiligo (patologia que despigmenta epiderme parcial ou totalmente, provocando manchas) ou a Psoríase (que provoca placas inflamatórias, em graus diferentes). “No caso da doença autoimune, é preciso ter uma predisposição genética, um antígeno de compatibilidade, herdado do pai ou da mãe”, diz a dermatologista.

Durante a vida, um “gatilho” faz com que essa doença se desenvolva: pode ser uma infecção banal, o excesso de stress e até o efeito colateral de um medicamento. Essas são apenas hipóteses sobre as razões que desencadeariam esse processo inflamatório no organismo - que o levam a se voltar contra si mesmo, reagindo como se estivesse sendo atacado. Não há como comprovar cientificamente o que levou de fato a doença a se desenvolver, lembra a especialista, e as conclusões são tiradas a partir do histórico do paciente.

Asma e eczema

Por que doenças de órgãos que aparentemente não estão ligados à pele também podem se manifestar ao mesmo tempo, como a asma e o eczema, por exemplo? Na realidade, ressalta a especialista, a síndrome respiratória e a alteração cutânea estão associadas à falta dos lipídios que também são responsáveis pela hidratação da pele. A falta dessa hidratação natural leva ao desenvolvimento da pele seca e do eczema - ela fica mais exposta a quadros alérgicos e infecciosos, segundo a dermatologista. “O que normalmente começam são as manifestações respiratórias, no início da vida, e no decorrer dela, o problema respiratório vai sendo controlado através de medicamentoso no dia a dia, até o surgimento das placas na pele”, ressalta.

Outra razão explica como doenças em outros órgãos podem afetar a pele: é comum um paciente ter duas ou mais doenças autoimunes ao mesmo tempo. E o caso do Diabetes tipo 1, que normalmente é descoberto da infância e torna o paciente dependente da Insulina. Ou ainda certos tipos de inflamação da Tireoide, que muitas vezes vêm acompanhados de problemas crônicos de pele. “Além da pele ser um espelho, é um tipo de medidor de alguns tipos de doença, como as autoimunes, além de outras.

Às vezes uma simples queda de cabelo pode ser uma manifestação de uma doença autoimune iminente. Por isso é importante ter a pele como um sinal, e prestar atenção nesses sinais. A gente diminui a chance desse evolução, inclusive de outras patologias”, frisa a dermatologista. Longe de ser uma consulta estética, a visita ao dermatologista é essencial para a saúde, pelo menos uma vez por ano.

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