Nos EUA, oposição se antecipa a Dilma e combate “narrativa do golpe”

Dilma Rousseff chega a Nova York na noite desta quinta-feira (21) e deve fazer, na manhã seguinte, um duro discurso na ONU, cujo tópico central será a denúncia ao que classifica como uma tentativa de golpe em curso no Brasil. A oposição reagiu de imediato. O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) passou a semana em Washington combatendo a “narrativa do golpe”.

O senador da oposição Aloysio Nunes Ferreira passa a semana em Washington. Divulgação

Eduardo Graça, correspondente da RFI Brasil em Nova York

A presidente falará na solenidade de assinatura do Pacto de Paris, em que destacará a participação atuante do Brasil no acordo para redução da emissão de gás carbônico ocorrida na capital francesa no ano passado.

Mas, de acordo com fontes do governo, também fará um apelo à comunidade internacional em busca de apoio contra o processo de impeachment que já está no Senado.

O senador tucano Aloysio Nunes Ferreira, que é presidente da Comissão de Relações Exteriores no Senado, está na capital americana e tem conversado com congressistas e membros destacados da administração Obama justamente sobre o que ele diz ser o “pleno funcionamento das instituições democráticas brasileiras” durante o processo de impeachment, combatendo a narrativa do golpe.

Três ministros do Supremo negam tese de golpe

Alarmado com a decisão da presidente de falar na ONU sobre a crise política brasileira, Nunes Ferreira, que foi o candidato a vice-presidente de Aécio Neves, derrotado por Dilma nas eleições de 2014, afirmou ontem que a presidente “presta um desserviço ao Brasil” e está se vitimizando.

No Brasil, três ministros do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, Dias Toffoli e Gilmar Mendes, deram declarações à imprensa refutando a tese do golpe. Toffoli chegou a afirmar que a presidente estaria “ofendendo as instituições brasileiras e passando uma imagem ruim do Brasil no exterior”.