Cotada para relatora, Ana Amélia quer impeachment em plenário até dia 11

A senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) é cotada para assumir a relatoria da comissão que vai julgar o processo de impeachment no Senado e que será escolhida na segunda-feira (25). À RFI Brasil, ela diz que está pronta para a tarefa e que trabalha para que a casa vote se aceita ou não a denúncia até o dia 11 de maio.

Senadora do Partido Progressista depende de decisão do PMDB para assumir relatoria. Divulgação

Luciana Marques, correspondente da RFI em Brasília

O Partido Progressista de Ana Amélia votou em peso a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados – e quem foi contra ou se absteve deve ser expulso da legenda.

O nome da senadora é visto com bons olhos pelo presidente do PMDB, o senador Romero Jucá (RR), e pelo líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB). O líder do PMDB, senador Eunício Oliveira (CE), no entanto, disse que o partido – que tem a maior bancada – vai escolher entre a presidência e a relatoria da comissão.

“Não me indiquei, não passou pela minha cabeça nenhuma ideia disso, foram sugestões que me honram muito, mas não estou pedindo para ser relatora”, diz a senadora.

Ana Amélia só seria relatora se o PMDB desistisse do posto – é o que defende o presidente do partido, para evitar possíveis processos na Justiça, já que o vice-presidente Michel Temer assumiria a cadeira de Dilma Rousseff.

O PMDB está com dificuldades até de indicar os cinco nomes que têm direito para a comissão – senadores como Valdir Raupp (RO) e Garibaldi Alves Filho (RN), por exemplo, já pediram para ficar de fora. O relator e presidente da comissão serão eleitos na próxima segunda-feira.

Comissão na segunda-feira

Ana Amélia prefere não antecipar como votará na nova etapa do processo de impeachment. “A partir de agora, somos juízes. Nenhum juiz antecipa o resultado de um julgamento”. Os membros da comissão deverão ser escolhidos na segunda-feira, quando serão eleitos o relator e o presidente.

O processo que afastaria Dilma em definitivo, no entanto, deve levar mais tempo. “A previsão é até setembro. Então não podermos avançar além daquilo que o tempo nos permite fazer o trabalho para que haja todo espaço para defesa”, afirma Ana Amélia.