Brasília reforça segurança para evitar confrontos na votação do impeachment
A Esplanada dos Ministérios de Brasília foi tomada por telas e alambrados neste domingo (10). O dispositivo visa para separar adversários e partidários do impeachment de Dilma Rousseff no próximo final de semana, quando a Câmara dos Deputados se pronunciará sobre o processo de destituição da presidente.
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Hoje, cerca de 30 presos em regime semiaberto trabalhavam junto com funcionários na montagem de um corredor de separação de 80 metros de largura e um quilômetro de comprimento que irá da Catedral ao Congresso Nacional. No local, apenas as forças de segurança poderão circular.
O governo prevê que 300.000 pessoas se concentrarão na Esplanada entre os dias 15 e 17 de abril, segundo a Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social do Distrito Federal. "Temos consciência da importância deste momento histórico e trabalhamos no sentido de dar todas as condições necessárias para que as pessoas exerçam seu direito à livre manifestação sem colocar em risco a vida dos cidadãos e a integridade do patrimônio tombado", ressaltou a secretária de Segurança Pública, Marcia Alencar, na imprensa brasileira.
Cerca de 3.000 policiais e 500 bombeiros foram mobilizados para garantir a segurança no local, mas todos os efetivos estarão em alerta e poderão agir rapidamente.
Semana tensa
O esquema para garantir a segurança dentro e fora do Congresso, já começa nesta segunda-feira (11). A comissão do impeachment, formada por 65 parlamentares, decide amanhã se aprova ou não o relatório que recomenda prosseguir com o processo de destituição de Dilma por suposta manipulação das contas públicas.
Independentemente da decisão da comissão, o processo será submetido à votação do plenário da Câmara, após debates que devem começar na sexta-feira e terminar no domingo. Se os deputados aprovarem uma eventual moção de destituição por uma maioria de dois terços (342 de um total de 513), o procedimento seguirá para o Senado. Se a Câmara votar afirmativamente, Dilma será afastada do cargo por um máximo de 180 dias, à espera da decisão definitiva do Senado.
Até o momento, nenhum dos dois grupos têm a garantia de alcançar um número de votos suficiente, já que 120 deputados ainda se mostram indecisos, ou se negam a revelar suas intenções.Com uma popularidade muito baixa, a presidente Dilma denuncia uma tentativa de "golpe", enquanto seu mentor e antecessor Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) tenta angariar apoios e mobilizar as bases do Partido dos Trabalhadores (PT) para ajudar sua herdeira política.
Segundo uma pesquisa do Instituto Datafolha publicada neste domingo, 61% dos brasileiros se declaram favoráveis ao impeachment de Dilma (contra 68% em meados de março), e 60% consideram que ela deveria renunciar. Além disso, 60% também se dizem favoráveis a uma renúncia do vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), que terminaria o mandato de Dilma, até o fim de 2018, caso a presidente deixe o poder.
(com informações da AFP)
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