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Linha Direta

Governo tem até segunda para combater parecer a favor do impeachment

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A comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa denúncia contra a presidente Dilma Rousseff vai discutir a partir desta sexta-feira (8) o parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) a favor do impeachment. Os 65 integrantes da comissão vão agora debater o parecer. O governo trabalha para apresentar à comissão especial um voto alternativo ao do relator.

Reunião da Comissão Especial do Impeachment desta quarta-feira.
Reunião da Comissão Especial do Impeachment desta quarta-feira. Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
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Luciana Marques, correspondente da RFI Brasil em Brasília.

Jovair Arantes defende que Dilma cometeu crime de responsabilidade por causa de pedaladas fiscais. A partir de sexta-feira, cada integrante e suplente da comissão terá até 15 minutos para falar. Deputados que não são membros do grupo terão 10 minutos. Os discursos serão alternados a favor e contra o parecer.

O debate pode se estender no fim de semana, já que a votação está marcada para segunda-feira. A decisão da comissão especial será encaminhada para apreciação do plenário da Câmara. A votação poderá ser realizada em pleno domingo, dia 17 de abril. São necessários 342 votos dos 513 deputados para que o processo siga para o Senado, que dará a palavra final sobre impeachment. Pela lei, depois da aprovação nas duas casas, o presidente deve ser afastado, assumindo o vice.

Reação do governo

Oficialmente, o ministro da secretaria de governo, Ricardo Berzoini, divulgou uma nota dizendo que não há crime de responsabilidade para justificar o impeachment. Ele afirmou ainda que confia que a maioria dos deputados fará justiça.

Nos bastidores, a presidente Dilma e o ex-presidente Lula se reuniram em Brasília para discutir estratégias a partir de agora. O governo conta com cada voto dos aliados para tentar barrar o impeachment no plenário da Câmara, já que a comissão especial tende a dar seguimento ao processo.

Reforma ministerial

A reforma ministerial, prevista para sexta-feira da semana passada, não saiu. O governo negocia com partidos, como PP, PR e PSD, mas ainda não houve acerto. A decisão do Partido Progressista de não deixar o governo enquanto não houver decisão sobre o impeachment foi um alívio para os governistas.

O PP, que tem a terceira maior bancada da Câmara, com 51 deputados, será decisivo na votação do plenário. A legenda tem deputados contra e a favor de Dilma, e a nomeação de políticos no primeiro e segundo escalões pode pesar na balança.

Impeachment de Temer

Obrigado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, pediu que os partidos indiquem os integrantes de uma comissão de impeachment para o vice-presidente, Michel Temer. Algumas legendas se negam a indicar, porque esperam que o tribunal aceite recurso contra a instalação da comissão.

O PT diz que fará a indicação, mas não deve brigar pelo impeachment de Temer. Eu conversei com um líder do partido que disse que, se as pedaladas fiscais não servem para a presidente Dilma, também não valem para o vice-presidente. Ou seja, o PT deve manter o argumento de que não houve irregularidades nas finanças públicas.

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