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Brasil/Economia

PIB do Brasil terá retração de 3,5% em 2016, prevê FMI

O Fundo Monetário Internacional reviu para baixo as previsões de crescimento da economia mundial. O mundo vai crescer 3,4% em 2016, 0,2% a menos do que a previsão anterior, anunciou nesta terça-feira (19) o FMI. A queda foi provocada principalmente pela desaceleração dos países emergentes, particularmente o Brasil, que vai encerrar o ano com uma retração de 3,5% do PIB.

Economista-chefe do FMI, Maurice Obstfeld, anuncia redução da previsão do crescimento mundial em 2016, nesta terça-feira (19).
Economista-chefe do FMI, Maurice Obstfeld, anuncia redução da previsão do crescimento mundial em 2016, nesta terça-feira (19). AFP PHOTO / IMF - Stephen Jaffe
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A revisão do relatório Perspectivas Econômicas Mundiais, publicada hoje pelo FMI, diz que a queda da economia brasileira será muita mais expressiva, 2 pontos e meio a menos do que previsão anterior, feita em outubro de 2015. Na época, a instituição pensava que o Brasil terminaria 2016 com queda de 1%. E em 2017,o crescimento do PIB brasileiro será nulo e só voltará a crescer em 2018. Uma redução acima de dois pontos comparada ao relatório de três meses atrás. No ano passado, o país registrou uma perda de 3,8% do Produto Interno Bruto.

Ao analisar o caso brasileiro, o FMI destacou que a recessão, "provocada pela incerteza política em meio às sequelas" das investigações sobre denúncias de corrupção na Petrobras, "está demonstrando ser mais profunda e prolongada do que o esperado".

Brasil derruba PIB da América Latina e Caribe

O peso do Brasil contribui para derrubar as expectativas de crescimento na América Latina e no Caribe. A região deve fechar 2016 com uma contração de 0,3%. Esta previsão representa uma diminuição de 1,1% na comparação com as projeções anteriores. Em outubro, o Fundo indicava uma recuperação de 0,8% na América Latina e no Caribe. Em 2017, a região deve voltar a crescer 1,6%.

"A projeção atual aponta que o PIB agregado da América Latina e do Caribe também registrará contração em 2016, mas com uma taxa menor que em 2015, apesar do crescimento positivo na maioria dos países da região. Isto reflete a recessão do Brasil e de outros países em dificuldades econômicas", aponta o FMI.

No relatório, o Fundo prevê uma "melhora gradual" nas taxas de crescimento dos países que "estão passando por tensões econômicas" e cita os casos de Brasil, Rússia e alguns Estados do Oriente Médio. Ao mesmo tempo, no entanto, indica que "mesmo esta recuperação parcial projetada pode ser frustrada por novos choques econômicos ou políticos".

Desaceleração da economia brasileira começou em 2010

O Brasil, principal economia da América Latina, luta há cinco anos contra uma desaceleração econômica que se transformou em crise em 2015. O país entrou em recessão no segundo trimestre do ano passado, reduzindo sua capacidade de poupança. O governo teve que rever cinco vezes para baixo a meta orçamentária, que passou de um superávit de 1,2% do PIB a um déficit que pode chegar a 2%, ou seja, quase US$ 31 bilhões.

A inflação brasileira em 2015 foi de 10,67%, o maior nível desde 2002 e muito acima da meta do governo de 4,5%. Em 2014, a taxa foi de 6,41%. O país também sofre as consequência das graves revelações sobre o gigantesco escândalo de corrupção, que afeta a Petrobras. A Lava-Jato provoca uma profunda crise política no país. A presidente Dilma Rousseff enfrenta a ameaça de um processo de impeachment, apoiado pela oposição.

Economia mundial vai crescer menos

A retração muito forte do Brasil e em outras economias emergentes repercutiu na previsão do FMI para a economia mundial que deverá crescer este ano 3,4% e 3,6% no ano que vem.

Para a China as previsões não mudam, 6,3 em 2016 e 6% em 2017. Já a Rússia, que ainda sofre com as sanções da comunidade internacional pela crise na Ucrânia, registra uma recessão mais acentuada este ano, -1%, mas volta a crescer no ano que vem, 1%.

A estimativa de crescimento na zona do euro se mantém quase estável, em 1,7%.
 

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