Estados Unidos revogam visto de procuradora do Tribunal Penal Internacional
O governo dos Estados Unidos revogou, nesta sexta-feira (5) o visto da procuradora-geral do Tribunal Penal Internacional (TPI), Fatou Bensouda, de nacionalidade gambiana. O fato foi divulgado pelo gabinete da procuradora, que aponta como motivo uma investigação sobre operações de soldados americanos no Afeganistão.
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Bensouda anunciou em novembro de 2017 que pretendia iniciar uma investigação formal sobre os supostos crimes de guerra cometidos no Afeganistão, inclusive pelo exército dos Estados Unidos. Depois da decisão desta sexta-feira, ela disse que continuará fazendo seu trabalho "sem medo ou favorecimento", apesar da revogação do visto.
Histórico de relações complicadas
As relações entre Washington e o TPI sempre foram complicadas. O governo dos Estados Unidos não é membro da corte, já que se negou a aderir ao Estatuto de Roma, que estabelece o órgão. Ele entrou em vigor em 2002 e foi ratificado por 123 países. O organismo é uma jurisdição internacional encarregada de julgar crimes de guerra e contra a humanidade.
O governo Donald Trump aumentou ainda mais a desconfiança na instituição. Em meados de março, os Estados Unidos anunciaram as primeiras sanções contra o TPI, negando vistos a qualquer pessoa envolvida na investigação das ações das tropas americanas no Afeganistão ou em outros países.
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