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EUA/Aids

Promessa de Trump de acabar com HIV nos EUA em 10 anos é vista com otimismo

O presidente Donald Trump anunciou em seu discurso anual ao Congresso sua intenção de acabar com a epidemia de HIV/Aids nos Estados Unidos antes de 2030. As associações e especialistas consideram o projeto ambicioso, mas se mostraram otimistas. Elas saudaram a iniciativa do presidente norte-americano, mesmo se o chefe da Casa Branca, que no passado já ameaçou cortar os investimentos na prevenção da doença, não deu detalhes sobre as medidas concretas que pretende implementar.

Donald Trump durante discurso anual ao Congresso.
Donald Trump durante discurso anual ao Congresso. REUTERS/Jim Young
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“Controlar o HIV em uma década é uma tarefa gigantesca, mas nós aplaudimos a vontade demonstrada por Trump”, declarou Michael Weinstein, presidente da AIDS Healthcare Foundation, organização de prevenção que administra 64 centros médicos nos Estados Unidos. "Acreditamos que é inteiramente possível acabar com novas infecções após 2025", afirmou por sua vez Jesse Milan Jr., diretor-geral da organização Aids United.

Mas sem um orçamento significativo, esta proposta será nada mais do que "uma promessa falsa e cruel", destaca David Holtgrave, reitor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Albany. Isso porque, mesmo se o anúncio foi aplaudido, Trump não explicou durante seu discurso que tipo de investimento pretende fazer para cumprir o compromisso.

A política de prevenção nem sempre foi uma prioridade para a administração Trump. Em 2017, o chefe da Casa Branca ameaçou reduzir em mais de US$ 1 bilhão a contribuição dos Estados Unidos na luta mundial contra a epidemia. Na época, a hipótese foi criticada pelas associações. Já em 2018, Trump demitiu 16 membros do Conselho Consultivo Presidencial sobre HIV/Aids, que contestavam a falta de investimento de Washington na prevenção.

Acesso difícil ao sistema de saúde

Segundo as organizações, a melhor maneira de lutar contra a epidemia é reforçando a prevenção nas comunidades mais afetadas, que abrangem homossexuais, minorias étnicas e, em menor medida, usuários de drogas (6% das infecções pelo HIV). Uma das medidas é evitar que pessoas HIV positivas contaminem seus parceiros, o que já é possível graças aos tratamentos anti-HIV, que impedem a transmissão do vírus.

No entanto, para conseguir isso, as pessoas soropositivas devem ter acesso a estes tratamentos, algo complexo nos Estados Unidos, onde os mais pobres sequer têm acesso aos serviços médicos de base.

De acordo com a associações, as autoridades também devem promover a profilaxia pré-exposição (PrEP), um tratamento preventivo vendido com receita médica e reembolsado. Este comprimido, usado atualmente principalmente por homossexuais, é considerado quase 100% eficaz contra o risco de infecção. No entanto, segundo o site prepwatch.org, seis anos depois de sua autorização nos Estados Unidos, apenas 220.000 pessoas o utilizaram até agosto de 2018, um número considerado muito baixo pelas associações.

Em 2017, 38.000 pessoas foram contaminadas nos Estados Unidos pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), que causa a Aids. Apenas metade delas tem o vírus sob controle.

(Com informações da AFP)

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