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Costa Rica: Carlos Alvarado vence pastor com campanha sobre igualdade de gênero

Carlos Alvarado venceu a eleição presidencial da Costa Rica, ao superar no segundo turno de domingo (1°), com uma grande vantagem, o candidato evangélico Fabricio Alvarado. Debate sobre religião e casamento gay polarizou a campanha.

Carlos Alvarado Quesada celebra a vitória da corrida presidencial na Costa Rica
Carlos Alvarado Quesada celebra a vitória da corrida presidencial na Costa Rica REUTERS /Jose Cabezas
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Com informações de Léa Morillon, correspondente da RFI em San José

Desde o anúncio dos resultados, as buzinas não param de tocar em toda a capital costarriquenha, principalmente no bairro dos estudantes, onde os eleitores de Carlos Alvarado se reuniram para celebrar a vitória. “Hoje a Costa Rica triunfou diante das desigualdades! Não queremos alguém que pretende nos transformar, que quer fazer de nós um país como a Venezuela. Decidimos que a Costa Rica continuará livre, como ela sempre foi”, declarou uma jovem eleitora durante a comemoração.

“Meu dever será unir esta República. Uni-la para levá-la adiante, para que seja uma República líder no século 21. Que a Costa Rica ocupe esse lugar que merece entre as nações. Esta nação unida, que devemos construir juntas e juntos”, declarou o vencedor.

Aos 38 anos, Carlos Alvarado se torna um dos mais jovens chefes de Estado da região. Ele foi ministro do Trabalho e dos Assuntos Sociais do governo em vigor, além de ter atuado como presidente executivo do Instituto de ajuda social.

O presidente eleito fez uma campanha baseada em temas de justiça social e igualdade de gêneros. Ele prometeu, entre outras coisas, o reconhecimento do casamento gay. Defendendo um Estado laico, ele enfrentou o pastor evangélico Fabricio Alvarado, um jornalista de 43 anos, partidário do conservadorismo religioso e contrário à união entre pessoas do mesmo sexo.

A polarização sobre o tema religioso e de identidade sexual foi observada no dia do 2º turno: quando o candidato evangélico chegou a seu local de votação, mulheres vestidas como as personagens da série de televisão "The Handmaid's Tale" organizaram um protesto.

Epsy Campbell, que foi eleita como vice-presidente, será a primeira afro-costarriquenha a assumir esse cargo. Carlos Alvarado será empossado no dia 8 de maio para um mandato de quatro anos.

Ex-roqueiro e cientista político

Ex-músico em um grupo de rock, fã da banda Pink Floyd e do escritor Ernest Hemingway, o novo presidente se tornou figura pública no país pela militância no governista Partido Ação Cidadã (PAC, centro-esquerda), que lançou sua candidatura ao cargo de chefe de Estado. Jornalista e cientista político, com fala pausada e voz grave, ele deixou como marca de sua campanha a mensagem de unificação do país e renovação do partido no poder, aglutinando forças de outros grupos políticos.

Mesmo se as pesquisas apontavam para um resultado apertado, Alvarado, do governista Partido Ação Cidadã (PAC), obteve 60,74% dos votos, contra 39,26% do rival, candidato pelo conservador Restauração Nacional (RN), um partido surgido das igrejas neopentecostais. Esses números se baseiam em mais de 95% das urnas apuradas.

Esta foi a primeira vez que o segundo turno na Costa Rica registrou uma taxa de participação maior que do primeiro turno, com 67% de comparecimento, contra 65% na primeira fase da votação. No primeiro turno, em 4 de fevereiro, Alvarado recebeu 24,9% dos votos e Carlos Alvarado 21,6%. A lei eleitoral do país exige o mínimo de 40% dos votos para a vitória no primeiro turno.

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