Trump enfrenta nova crise com demissão de porta-voz

O presidente Donald Trump enfrenta uma nova crise política com a demissão de seu porta-voz, Sean Spicer, nesta sexta-feira (21). Spicer não concordou com a nomeação de Anthony Scaramucci como novo chefe de Comunicações da Casa Branca e anunciou sua decisão em sua conta no Twitter.

Sean Spicer, porta-voz da Casa Branca que pediu demissão REUTERS/Jonathan Ernst

"Foi uma honra e um privilégio servir a Trump e ao país", declarou o porta-voz, que permanece na função até agosto, sem mencionar as razões de sua decisão. Aos 45 anos, Spicer ficou conhecido pela maneira como defendia as muitas vezes polêmicas decisões do presidente americano. "Sean Spicer é uma pessoa maravilhosa que foi terrivelmente maltratada pelos meios de comunicação e as  notícias falsas, mas tem um futuro brilhante", declarou Trump no Twitter.

O anúncio da demissão foi dado em primeira mão pelo jornal The New York Times. O porta-voz costumava dar declarações surpreendentes em suas coletivas de imprensa. Certa vez, disse que o presidente sírio Bashar Al Assad era pior do que Adolf Hitler, “que não usou gás venenoso contra seus adversários”.

Novo chefe de comunicação nega conflito

O novo chefe de comunicação da Casa Branca, Anthony Scaramucci, negou que haja tensões internas entre ele, Spicer, que havia assumido interinamente a função de porta-voz no lugar de Michael Dubke, e o chefe do gabinete da Casa Branca, Reince Priebus.

Scaramucci terá a responsabilidade de recuperar a imagem pública da Casa Banca, abalada por constantes controvérsias e polêmicas vazadas pela imprensa. Ele é quem elabora a estratégia de comunicação da presidência, apesar de o porta-voz ser o contato da imprensa. Ele confirmou, nesta sexta, Sarah Huckabee Sanders como nova porta-voz do governo Trump.

Advogado também renuncia

Outro importante membro da equipe de Trump também anunciou sua demissão: Mark Corallo, que coordenava a comunicação externa da equipe jurídica de Trump contra a crise envolvendo a infiltração russa nas eleições americanas.

O promotor especial Robert Mueller, nomeado em meados de maio pelo secretário de Justiça, lidera a investigação federal sobre o envolvimento dos colaboradores de Trump com as tentativas de Moscou de influenciar a eleição presidencial de 2016 nos Estados Unidos.

Trump rejeita as acusações, mas não conseguiu justificar por que seu filho mais velho e outros aliados-chave se reuniram com agentes russos, que prometeram divulgar detalhes comprometedores de sua rival, Hillary Clinton.