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Paraguai/violência

Violência no Paraguai por reeleição deixa um morto e 30 feridos

A morte de um opositor pelas mãos da polícia aumentou neste sábado (1) a tensão no Paraguai após violentos confrontos que deixaram 30 feridos e mais de 200 presos. O motivo foi uma emenda constitucional que busca permitir a reeleição presidencial.

Congresso paraguaio em chamas.
Congresso paraguaio em chamas. REUTERS/Jorge Adorno
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Os enfrentamentos iniciados na tarde de sexta-feira causaram danos ao Congresso por furiosos manifestantes opositores, que derrubaram grades, portões, quebraram janelas e atearam fogo em várias partes do edifício.

Entre os feridos pelo impacto das balas de borracha estão o próprio presidente do Congresso, o opositor Roberto Acevedo; o titular do Partido Liberal, Efraín Alegre; e o deputado liberal Edgar Acosta, atingido na boca por um projétil.

O presidente da Juventude Liberal, Rodrigo Quintana, 25 anos, morreu com o impacto de uma bala na cabeça depois da violenta entrada da polícia na sede do grupo político durante a madrugada.

Um comunicado do Ministério do Interior disse que as autoridades "investigam as circunstâncias da morte, supostamente pelas mãos de um efetivo da Polícia Nacional". "Vamos esclarecer totalmente o ocorrido, e os responsáveis serão colocados à disposição da Justiça", destacou.

Enquanto isso, 211 pessoas foram detidas, entre elas menores de idade, que ficaram alojados na sede do Agrupamento Especializado da Polícia Nacional, segundo uma fonte policial.

O sábado amanheceu calmo, com centenas de policiais ao redor do edifício legislativo, enquanto militares reforçaram a guarda no Palácio do Governo, a duas quadras de distância.

Emenda beneficiaria atual presidente

O oficialismo busca abrir as portas para a reeleição, mas a oposição rejeita essa ideia e quer que seja mantido um único mandato presidencial, como determina a Constituição de 1992.

A um ano da eleição presidencial, a reforma permitiria que o atual presidente conservador, Horacio Cartes, no poder desde 2013, se candidatasse a um novo mandato, assim como o ex-presidente de esquerda Fernando Lugo, ex-bispo católico destituído após um julgamento político.

Uma maioria de 25 senadores, de um total de 45, aprovou nesta sexta-feira o projeto de emenda constitucional, e, neste sábado, o mesmo deveria ser ratificado pela Câmara dos Deputados, mas a sessão foi suspensa após os tumultos.
 

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