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No México, secretário de Segurança dos EUA garante:"Não haverá expulsão em massa"

Nesta quinta-feira (23), em México City, o secretário de Segurança Interna dos Estados Unidos, John Kelly, assegurou que não vai haver deportações em massa e que o exército não será utilizado contra os clandestinos. Kelly e o secretário de Estado, Rex Tillerson, chegaram no país na quarta-feira (22) para tentar reequilibrar as relações bilaterais.

Secretário de Segurança Interna dos Estados Unidos, John Kelly, faz declaração no México em 23 de fevereiro de 2017
Secretário de Segurança Interna dos Estados Unidos, John Kelly, faz declaração no México em 23 de fevereiro de 2017 Reuters/Carlos Barria
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Foi durante a coletiva de imprensa que o secretário americano da Segurança Interna, John Kelly, ao lado do Secretário de Estado, Rex Tillerson, e dos colegas mexicanos, Luis Videgaray e Miguel Ángel Osorio Chong, assegurou que as temidas expulsões em massa não vão acontecer. Uma declaração em tom mais conciliador do que as ameaças do presidente Donald Trump.

Rex Tillerson, secretário de Estado dos Estados Unidos, em coletiva de imprensa no México em 23 de fevereiro de 2017
Rex Tillerson, secretário de Estado dos Estados Unidos, em coletiva de imprensa no México em 23 de fevereiro de 2017 Reuters/Carlos Barria

A questão dos clandestinos causou uma crise entre os dois países e certamente Kelly e Tillerson tentaram ser mais diplomáticos do que o seu presidente.

Pouco antes de encontrar os secretários americanos, o chanceler mexicano, Luis Videgaray, que encabeça o diálogo com Washington, deu a entender que seu país não pretende se ajoelhar às exigências do novo presidente: "Quero deixar claro, e da maneira mais enfática, que o governo do México e o povo do México não têm razão para aceitar disposições que, de maneira unilateral, um governo quer impor a outro", afirmou em referência às medidas migratórias anunciadas por Washington na terça-feira (21).

Videgaray se referia à autorização que Kelly deu aos agentes dos serviços de imigração, para prenderem a maioria das pessoas em situação irregular, com exceção dos chamados "Dreamers", os clandestinos que chegaram aos Estados Unidos quando eram crianças.

Linha dura de Trump com o vizinho México

Desde sua chegada à Casa Branca, há um mês, Trump provocou tensões nas relações com seu vizinho do sul ao ordenar a construção de um enorme muro na fronteira comum e exigir que o México arque com seus custos. A isto se somaram as diretrizes migratórias anunciadas por Washington na terça-feira (21) para deter e deportar grande parte dos 11 milhões de imigrantes ilegais que vivem nos Estados Unidos, em sua maioria mexicanos.

Na sequência da linha dura, também é prevista a expulsão para o México de imigrantes ilegais de qualquer outra nacionalidade, com uma ameaça: caso o país não coopere, os Estados Unidos vão buscar maneiras de sancioná-lo, impondo tarifas às importações mexicanas, bloqueando as remessas que os migrantes enviam às suas famílias e renegociando, ou inclusive revogando, o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), assinado em 1992 com México e Canadá, cujos termos Trump considera favoráveis demais ao México. Esta possibilidade preocupa especialmente o país latino-americano.

Mexicanos manifestam contra política anti-imigrantes dos EUA

"Não aceitaremos ser o quintal dos Estados Unidos, para onde serão enviados todos aqueles que não quiserem", declarou nesta quinta à AFP o senador mexicano Fernando Herrera, presidente da Junta de Coordenação Política do Senado, que elabora um decreto para definir e limitar a negociação do governo de Peña Nieto com os Estados Unidos. O texto, que deverá ser concluído em duas semanas, incluirá cinco questões importantes desta crise: migração, Direitos Humanos, comércio e economia, segurança na fronteira e a construção do muro.

O governo mexicano insiste há semanas que iniciou um diálogo frutífero com a administração americana "em favor de uma relação respeitosa, próxima e construtiva". No entanto, o governo de Peña Nieto, duramente criticado pela oposição de esquerda e por uma parte da população, que o acusa de ser muito frágil diante das exigências de Trump, deixou claro que não permitirá que sua soberania nacional seja abalada. O chefe de Estado mexicano cancelou sua visita a Washington no ano passado por discordar da política de Trump favorável à construção do muro.

Nesta quinta-feira, duas manifestações estavam programadas para acontecer em frente à embaixada dos Estados Unidos no México e em frente à sede da chancelaria.

(Informações AFP e RFI)

 

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