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Imprensa

Balanço do governo Obama é desigual, avalia imprensa francesa

Barack Obama faz na noite desta terça-feira (10), em Chicago, seu último grande discurso à nação, a dez dias do fim de seus oito anos como presidente dos Estados Unidos. A imprensa francesa aproveita esse discurso de adeus para fazer um balanço dos dois mandatos a administração Obama que é, segundo os jornais, desigual. O primeiro presidente negro dos Estados Unidos trouxe avanços importantes, mas deixa um país dividido.

Obama faz na noite desta terça-feira (10), em Chicago, discurso de adeus como presidente dos Estados Unidos.
Obama faz na noite desta terça-feira (10), em Chicago, discurso de adeus como presidente dos Estados Unidos. REUTERS/Carlos Barria
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“Uma despedida com gosto amargo”, diz Le Figaro. O 44° presidente dos Estados Unidos escolheu Chicago, cidade onde construiu sua carreira política, para fazer o inventário de seus dois mandatos à frente da primeira potência mundial. Mas a eleição de Donald Trump complica esse balanço, analisa o jornal conservador. O republicano quer cancelar a maioria dos programas implementados pela administração democrata. Para Obama, o período de transição, desde a vitória de Trump em novembro, se transformou em um combate destinado a defender sua política.

O atual presidente aponta como pontos positivos de sua administração a retomada da economia americana, após a recessão de 2008-2009; a legalização do casamento gay e o sistema de saúde Obamacare. No plano internacional, os destaques são: a drástica redução do número de soldados americanos no Iraque e no Afeganistão; a morte de Bin Laden; o acordo nuclear com o Irã; e a reaproximação com Cuba.

Recuo da influência americana no mundo

No entanto, ressalta Le Figaro, os críticos de Obama denunciam um recuo da influência dos Estados Unidos no mundo, principalmente no Oriente Médio. O jornal lembra principalmente que Obama não interveio na Síria, apesar do regime de Bashar Al-Assad ter ultrapassado a linha vermelha que o próprio chefe da Casa Branca havia estabelecido. Além disso, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos “simbolizou a magia e a impotência” de quem não foi capaz de eleger seu sucessor. A vitória de Trump é um fracasso objetivo para Obama, afirma o editorial do Le Figaro.

Popularidade de Obama em alta

Aujourd'hui en France informa que apesar de tudo, Obama deixa a Casa Branca com uma popularidade maior do que no fim de seu primeiro mandato. Ele foi o primeiro presidente, desde Jimmy Carter nos anos 1970, a não ter declarado nenhuma guerra, e isso os americanos apreciam. Mas o democrata lega uma nação dividida pelas desigualdades, escreve o diário.

Les Echos elogia a política econômica de Obama. Ele deixa o país em melhor situação, mesmo se a crescimento americano ainda peca por falta de dinamismo. O plano de retomada econômica, lançado pela administração democrata em 2009, foi um sucesso, a começar pelas duas principais leis de seu primeiro mandato: o Obamacare e a reforma dos serviços financeiros.

Mas há também pontos negativos que relativizam este inventário. Economicamente falando, a renda média americana continua inferior ao nível que tinha antes da crise de 2008. Como Aujourd'hui en France, Les Echos lamenta que Obama deixa uma América mais dividida, onde a questão racial gera a cada dia mais controvérsia, e um país com menos influência internacional.

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