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Linha Direta

Obama se despede de líderes europeus na Alemanha

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chegou na noite de quarta-feira (16) em Berlim, onde faz sua sexta e última visita como chefe de Estado à Alemanha. Ele fica no país até sexta-feira (18). A viagem está sendo considerada pelos alemães como uma atitude de agradecimemto do líder americano pela estreita cooperação entre os dois países, cultivada durante os oito anos de seu mandato.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama faz sua sexta e última visita como chefe de Estado à Alemanha.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama faz sua sexta e última visita como chefe de Estado à Alemanha. REUTERS/Fabrizio Bensch
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Marcio Damasceno, correspondente da RFI em Berlim

A vinda de Obama ocupa a capa dos principais jornais alemães e também é destaque dos noticiários de televisão. Os alemães são fãs de Obama, desde a primeira visita dele a Berlim, quando ainda era candidato à presidência. E o próprio Obama destaca que a Alemanha talvez tenha sido seu principal parceiro internacional nos oito anos de seu governo, em artigo conjunto com a chanceler Angela Merkel, publicado por uma revista alemã. No texto, os dois líderes ressaltam, - em uma clara mensagem ao presidente eleito Donald Trump - que “não haverá retorno a um mundo antes da globalização”.

Os analistas alemães estão considerando a vinda de Obama também como um gesto não só de amizade, mas também como uma tentativa de assegurar tranquilidade aos parceiros europeus em relação à transferência de poder nos Estados Unidos. Tanto que foi agendado um encontro em Berlim também como os chefes de Estado e de governo do Reino Unido, França, Espanha e Itália.

O governo alemão foi um dos que mais deu sinais de preocupação com a chegada do bilionário à Casa Branca. A ministra da Defesa alemã, Ursula von der Leyen, chegou a classificar a eleição do magnata como “um choque”. Então essa vinda de Obama também é uma tentativa de acalmar um poucos os ânimos.

Altos e baixos entre Obama e Merkel

Embora Obama tenha dito que a Alemanha foi uma das parcerias internacionais mais estreitas, o relacionamento dele com a chanceler alemã, Angela Merkel, teve seus altos e baixos. O relacionamento dos dois foi, no geral, amistoso e, em parte caloroso. Mas nem sempre foi assim.

Na primeira vez que Obama veio, ainda candidato, Merkel não permitiu que ele fizesse um discurso em frente ao Portão de Brandemburgo e o comício dele teve que ser transfrerido para a Coluna da Vitória, outro monumento importante de Berlim mas não tão marcante quanto o Portão de Brandemburgo.

Depois da eleição de Obama, os dois foram se aproximando e a amizade foi abalada em 2013, quando foi relevado que o telefone da chanceler alemã havia sido grampeado pelo serviço de inteligência americano. Mas depois, a relação dos dois voltou a se estreitar. Em um dos últimos encontros, Obama, por exemplo, elogiou a política migratória de Merkel, dizendo que ela esteve do “lado certo da história” durante a crise dos refugiados.

Na Alemanha, muitos dizem que Obama sai do governo deixando saudades. Porque apesar dos altos e baixos, Merkel parece tem muito mais em comum com Obama do que deverá ter com Donald Trump.

Alemães temem Obama

O medo dos alemães é que Trump cumpra o que disse e dificulte as relações transatlânticas. Existe a preocupação com a segurança do continente, em relação aos compromissos dos EUA com os europeus na Otan. Também em relação ao comércio.

No artigo conjunto de Merkel e Obama publicado nesta quinta-feira, os dois líderes voltam a defender o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento, conhecido como TTIP. O pacto de livre comércio negociado entre União Europeia e os Estados Unidos ainda não foi assinado e Trump, que defende uma política comercial protecionista, afirmou que não vai levá-lo adiante.

Os alemães se preocupam, sobretudo, com a instabilidade que Trump pode significar nas relações entre os dois países. Vale lembrar que os Estados Unidos são o principal parceiro comercial da Alemanha e o principal mercado de exportação dos alemães. Então, Berlim teria muito a perder caso haja mudanças profundas na política americana de comércio exterior, como Trump prometeu durante sua campanha.

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