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“Casa Branca, casa de loucos”, ironiza jornal francês

 O jornal Libération comenta nesta sexta-feira (3) um estudo científico que demonstra como vários presidentes americanos sofriam de problemas mentais.

O jornal francês Libération publica matéria sobre a saúde mental de ex-presidentes americanos.
O jornal francês Libération publica matéria sobre a saúde mental de ex-presidentes americanos. REUTERS/Kevin Lamarque
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A apenas cinco dias da eleição presidencial americana, o jornal francês Libération traz uma longa matéria provocativa, abrindo um debate com a seguinte pergunta: “e se os Estados Unidos forem governados em breve por um presidente louco?”. Mais do que mera provocação ao candidato republicano Donald Trump, Libé publica depoimentos de especialistas e psiquiatras que o diagnosticam como um narcisista, ou como “um sociopata, alguém que não demonstra interesse por nenhum indivíduo”.

“Uma perspectiva terrível imaginar um louco no controle da primeira potência mundial?”, pergunta Libération. O próprio jornal traz a resposta: “o mais surpreendente é que isso já aconteceu, diversas vezes”, afirma. “É o que afirma o estudo da Duke University Medical Center, na Carolina do Norte, publicado em 2006 pelo Journal of Nervous and Mental Disease, explica o jornal.

Depressão, alcoolismo, bipolaridade

Libération lembra que o estudo foi desenvolvido por três pesquisadores que exploraram os detalhes das biografias de todos os presidentes americanos desde a Declaração da Independência, em 1776, até o fim do mandato de Richard Nixon, em 1974. O resultado, segundo publica o jornal francês, chega à conclusão de que “49% dos chefes de estado americanos preenchem critérios sugestivos de problemas psicológicos”.

O estudo da Duke University Medical Center classifica os distúrbios mentais na Casa Branca em grupos como depressão (24%), ansiedade (8%), alcoolismo (8%) e bipolaridade (8%). No grupo dos bipolares, Libération destaca a presença de ex-presidentes como John Adams, Theodore Roosevelt e Lyndon Johnson.

“Na maior parte dos casos, as doenças eram mantidas em estrito segredo, longe do conhecimento do grande público”, precisa Libération. Para ilustrar o estudo, o jornal francês classificou cinco tipos de “loucos” que passaram pela Casa Branca, sublinhando, no entanto, a declaração de Katherine Nordal, diretora da Associação Americana de Psicologia:”certos problemas de saúde mental podem, na verdade, contribuir para a grandeza de uma pessoa”, minimiza Libé.

Confira agora os cinco tipos de “loucos” que já comandaram os Estados Unidos, segundo o jornal francês Libération:

1 – O “ursinho bipolar”, Theodore Roosevelt (1901-1909)

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Um conto digno de Walt Disney: durante uma expedição de caça, o presidente Theodore Roosevelt recusou-se a atirar em um urso sem defesa. Desde então, seu apelido faz referência aos ursos de pelúcia. Nestas circunstâncias, fica difícil imaginar que esse personagem e seu grande bigode tenham apreciado o cheiro de pólvora. Na verdade, afirma Libé, Rossevelt seria uma mistura de Vladimir Putin com o seu culto da virilidade, e Trump ou Reagan, pelo mantra imperialista norte-americano. Quanto ao seu estilo de governança, o historiador John Morton Blum o considera "perto de fascismo", publica o jornal francês.

2 - Woodrow Wilson (1913-1921): neurótico de carteirinha

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Libé afirma que Freud se divertiu analisando Wilson, o presidente em exercício durante a Primeira Guerra Mundial. É “neurótico, nervoso, propenso a enxaquecas”, publica o jornal. Disléxico, aprendeu a ler aos 12 anos. Depois disso, sofreu a vida inteira de ataques cerebrais repetidos, além de crises de angústia “devastadoras”, precisa Libération.

3 - Calvin Coolidge (1923-1929): o sádico que gostava de pescar

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“Depressivo, ele passava o tempo dormindo”, publica Libération. “A grande depressão de 1929 teria sido evitada se Calvin Coolidge não estivesse sofrendo de sua própria depressão?”, polemiza o jornal. Presidente republicano, defensor dos direitos civis para os negros, Coolidge se desespera com a morte de seu filho em 1924. “Nada vai bem na Casa Branca”, publica Libé. "Mentalmente perturbado", dizem os médicos da Casa Branca. “Quanto aos eleitores, eles não entendem por que Coolidge recusou a concorrer novamente em 1929”, afirma Libération.

4 - John Kennedy (1961-1963): uma política hipocondríaca

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Durante a campanha presidencial de 1960, relata Libération, o ex-presidente John Kennedy temia que os adversários colocassem as mãos em um objeto comprometedor: um de seus frascos de comprimidos que o seguia por toda parte. Segundo o jornal francês, Kennedy seguia uma dezena de tratamentos por dia: “para dor nas costas, próstata, insuficiência renal, distúrbios do sono”. Segundo o psiquiatra Nassir Ghaemi, relata Libé, « a liberação de energia e a hipersexualidade de Kennedy (que afirmou desejar três mulheres por dia) são sintomas "consistentes” com o comportamento chamado de hipertimia, "um estado de euforia, transtorno bipolar”, escreve Libé.

5 - Lyndon B. Johnson (1963-1969) : obcecado por seu pênis

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“O sucessor de Kennedy possuía um tema favorito de conversa, o seu próprio sexo. Ele até encontrou um nome para ele”, ironiza Libération: "Jumbo". “Sabemos também que no banheiro do Congresso americano, Johnson obrigava os deputados a admirarem seu pênis. Você já viu algo tão grande?, perguntava". Segundo Libé, os jornalistas também ficaram chocados: o ex-presidente Lyndon Johnson, catalogado como bipolar pela Duke University Medical Center em 2006, chegou a urinar ao ar livre diante deles.

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