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Chavistas desafiam oposição com manifestação em Caracas

Apoiadores do governo da Venezuela marcharam nesta quinta-feira (3) rumo ao palácio presidencial de Miraflores, desafiando a oposição, que acusa o presidente Nicolás Maduro de descumprir os compromissos assumidos com o Vaticano na mesa de negociações.

Apoiadores de Maduro seguem acampados em frente ao palácio presidencial de Miraflores nesta quinta-feira (3) na Venezuela.
Apoiadores de Maduro seguem acampados em frente ao palácio presidencial de Miraflores nesta quinta-feira (3) na Venezuela. REUTERS/Marco Bello
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A concentração chavista, liderada pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro, acontece justamente no mesmo dia em que a oposição realizaria um protesto no palácio Miraflores contra o governo. A manifestação dos opositores foi adiada, no entanto, à espera de gestos recíprocos definidos no diálogo iniciado no domingo (30).

"A oposição está cumprindo o acordo, mas o governo possivelmente descumprirá a palavra dada ao Vaticano", afirmou o secretário-geral da Mesa da Unidade Democrática (MUD), Jesús Torrealba. Ao suspender o protesto no Miraflores e um processo contra Maduro por sua suposta responsabilidade na crise, a MUD deu, na terça-feira (1°), uma trégua de dez dias ao governo para que o presidente venezuelano ofereça provas concretas a favor do diálogo, mas o governo de Maduro rejeitou esse prazo, classificando-o como uma "ameaça".

Acusações ameaçam as negociações

"Agora a Mesa da Unidade Democrática está nos dando 10 dias para que retifiquemos o acordo e voltou a nos ameaçar. O chavismo seguirá unido, alerta, na rua", afirmou o número dois do governo venezuelano, Diosdado Cabello. Na noite de terça-feira (1°), Maduro chamou de "terrorista" o Voluntad Popular (VP), o partido fundado por Leopoldo López, preso pelo regime que rejeitou o diálogo por não acreditar na vontade do governo.

"Hoje o presidente está com o Vaticando fazendo promessas e depois de 24 horas volta a insultar e acusa de terrorista o VP. O importante é que o mundo veja que a liderança de oposição está cumprindo o acordo e merece dirigir o país", afirmou Torrealba. Ambas as partes se comprometeram a "diminuir o tom de agressividade da linguagem utilizada no debate político", segundo o acordo que formalizou as negociações.

Torrealba considerou a acusação de Maduro uma tática para rachar a MUD, principal partido de oposição, que já se dividiu em relação às negociações. Na ocasião, a MUD pediu a liberdade dos "presos políticos" e um cronograma eleitoral, que segundo líderes de oposição ao governo poderia ser um avanço nas eleições gerais - previstas para dezembro de 2018 -, ou uma reativação do referendo revogatório contra Maduro, suspenso há duas semanas.

A oposição considera que uma mudança de governo é a única saída para a crise que assola o país, com um grave desabastecimento de alimentos e medicamentos e uma inflação que o FMI estima em 475% para este ano.

 

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