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EUA

Trump sofre pressão até dos republicanos, mas diz que não vai renunciar

Depois do vazamento de um vídeo em que o candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, aparece fazendo declarações obscenas sobre as mulheres, o magnata sofre pressão de todos os campos para renunciar à corrida pela Casa Branca. Mas garante que não vai ceder: "Jamais me dou por vencido", disse, em entrevista ao jornal The Washington Post.

Em vídeo publicado neste sábado (8), o candidato republicano Donald Trump pede desculpas pelas declarações machistas que fez em vídeo de 2005.
Em vídeo publicado neste sábado (8), o candidato republicano Donald Trump pede desculpas pelas declarações machistas que fez em vídeo de 2005. Reuters/Handout
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A poucas horas do segundo debate entre a candidata democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump, neste domingo (9), a polêmica continua. Os ânimos se acirraram depois do vazamento de um vídeo de 2005, feito em off, em que o bilionário utiliza termos de baixo calão para descrever como conquista as mulheres. Na gravação, Trump conta a experiência de paquera com uma mulher, referindo-se a ela como "uma vagabunda". Em seguida, diz que como é "uma estrela", pode fazer tudo o que quiser com as mulheres, até mesmo "conquistá-las agarrando seus órgãos genitais".

O vídeo viralizou, tomou conta das redes sociais e inflamou a opinião pública americana. Em um raro momento da campanha presidencial americana, no sábado (8), o bilionário pediu desculpas públicas, dizendo que suas declarações "não passaram de uma brincadeira 'de vestiário'". Trump também aproveitou para alfinetar Hillary Clinton. O republicano declarou que o ex-presidente Bill Clinton, marido da democrata, lhe confessou coisas muito piores quando os dois jogavam golfe juntos.

Republicanos desistem de apoiar Trump

O sabádo foi intenso para os republicanos. O senador John McCain, uma das personalidades mais célébres do Partido Republicano, anunciou a retirada de seu apoio ao magnata. "O comportamento de Donald Trump esta semana, que concluiu com a revelação de seus comentários degradantes sobre as mulheres e a ostentação de ataques sexuais tornam impossível continuar até mesmo dar um apoio condicional à sua candidatura", declarou em um comunicado.

Até o próprio companheiro de chapa do republicano, Mike Pence, criticou as declarações do candidato. "Não admito estas declarações e não posso defendê-las", acrescentando que se sentiu "ofendido".

O senador por Utah, Mike Lee, disse, "respeitosamente, peço que se afaste", enquanto o senador por Illinois, Mark Kirk, escreveu no Twitter que Trump deveria "abandonar" a chapa e o Partido Republicano poderia "usar regras para uma substituição de emergência".

"Tenho nojo do que ouvi hoje", afirmou o líder da bancada republicana no Congresso, Paul Ryan. "As mulheres devem ser defendidas e reverenciadas, e não tratadas como objetos. Espero que Trump encare esta situação com a seriedade que ela merece e trabalhe para demonstrar ao país que ele tem maior respeito pelas mulheres do que este vídeo sugere", acrescentou.

Hollywood indignada

A classe artística não esconde sua indignação. O ator e ex-governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, disse que pela primeira vez, desde que se tornou cidadão americano, em 1983, não votará em um candidato republicano à presidência.

Atrizes americanas compartilham em suas páginas do Facebook e Instagram um manifesto escrito por Lena Dunham, autora da série de TV Girls, uma das jovens vozes feministas mais importantes no país atualmente. "E se tivéssemos um presidente que pensa que é ok conquistar as mulheres agarrando seus órgãos genitais?", escreve a jovem, lembrando que Trump pode ser eleito no próximo mês.

A photo posted by Lena Dunham (@lenadunham) on

Uma das declarações públicas mais fortes contra o bilionário, vem do ator Robert de Niro. Em um vídeo exibido pelo canal Fox News, o artista classificou Trump como, "um estúpido, um cachorro, um porco, uma farsa, que nunca sabe sobre o que está falando". "Ele não se importa, brinca com a sociedade, não paga seus impostos, (...) é um desastre nacional, uma vergonha para este país. Estou tão indignado que nosso país tenha chegado a este ponto", desabafa.

"Jamais me dou por vencido"

Ao jornal The Wall Street Journal, o magnata garantiu que não vai ceder aos pedidos de renúncia. "Nunca, jamais me dou por vencido", declarou. "O apoio que estou conseguindo é incrível porque Hillary Clinton é uma candidata terrivelmente imperfeita", acrescentou.

A esposa de Trump, Melania, tentou sair em auxílio do bilionário. "As palavras que meu marido usou são inaceitáveis e ofensivas para mim. Isto não representa o homem que eu conheço", destacou em um comunicado, no qual reiterou que espera que "as pessoas aceitem suas desculpas, como eu fiz". Na época em que o vídeo foi registrado, os dois já eram casados.

O debate entre Hillary e Trump será realizado na noite deste domingo, na universidade de Washington, em St Louis, no Missouri.

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