Haiti adia eleições presidenciais após passagem de furacão Matthew

As eleições presidenciais e legislativas previstas para domingo (9) no Haiti foram adiadas depois da passagem de Matthew pelo país. Pelo menos cinco pessoas morreram vítimas do furacão.

Vários prédios foram inundados após a passagem do furacão Matthew pelo Haiti REUTERS/Andres Martinez Casares

De acordo com Léopold Berlanger, presidente do conselho eleitoral, as autoridades locais ainda têm de fazer uma avaliação dos danos do furacão. Mas ele garantiu que os órgãos competentes, o poder executivo e os sócios nacionais e internacionais, vão se reunir rapidamente para informar, até a próxima quarta-feira (12), a nova data do voto.

Essa não é a primeira vez que as eleições são adiadas no país. O primeiro turno desse mesmo pleito já havia sido anulado após uma onda de violência e a denúncia de inúmeras fraudes. Desde então, o Haiti está mergulhado em uma crise política profunda e a nação é dirigida atualmente por um presidente provisório, cujo mandato deveria ter terminado em junho passado.

Parte do território continua isolado após várias pontes terem sido destruídas pelo furacão. “Na região sul, já sabemos que vários prédios perderam seus telhados e muitos deles iriam ser usados como local de voto”, explicou Berlanger.

Um dia após o fenômeno, o governo ainda não é capaz de avaliar os estragos e o número de vítimas de Matthew. “Mesários e funcionários que trabalhariam nas zonas eleitorais também podem estar entre os feridos ou entre as pessoas que tiveram que abandonar suas casas”, completou Berlanger.

O Haiti, um dos países mais pobres das Américas, é também um dos mais vulneráveis às catástrofes climáticas, principalmente por causa do desflorestamento que destrói as barreiras naturais que protegem a região. Além disso, os haitianos ainda não se recuperaram do terremoto que, em 2010, deixou cerca 230 mil mortos e mais de 1 milhão de desabrigados.