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Estados Unidos

Pré-candidatos republicanos evitam tom vulgar em debate

Depois das últimas semanas de campanha vistas pela opinião pública e a imprensa americanas como tendo um tom vulgar, particularmente na troca de insultos entre Marco Rubio e Donald Trump, os quatro pré-candidatos republicanos remanescentes se esforçaram para oferecer mais conteúdo nas suas respostas durante o debate da noite desta quinta-feira (10).

Os pré-candidatos republicanos à Casa Branca: Donald Trump (centro), Marco Rúbio (esq.) e Ted Cruz.
Os pré-candidatos republicanos à Casa Branca: Donald Trump (centro), Marco Rúbio (esq.) e Ted Cruz. REUTERS/Carlo Allegri
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Ligia Hougland, correspondente da RFI em Washington

 

Os pré-candidatos republicanos à Casa Branca se encontraram nesta quinta-feira (10) em um debate organizado pela CNN cinco dias antes da “Super Terça 3”, quando o milionário Donald Trump, Ted Cruz, senador pelo Texas, Marco Rubio, senador pela Flórida e o governador de Ohio, John Kasich, vão disputar 350 delegados das eleições primárias em cinco estados: Illinois, Missouri, North Carolina, Flórida e Ohio.

Tanto na Flórida quanto em Ohio, o candidato com o maior número de votos levará todos os delegados do estado. As disputas mais acirradas devem ser entre Trump e Rubio na Flórida, por 99 delegados, e Kasich e Trump em Ohio, por 66 delegados.

Depois das últimas semanas de campanhas vistas pela opinião pública e a imprensa americanas como tendo um tom vulgar, particularmente na troca de insultos entre Marco Rubio e Donald Trump, os quatro pré-candidatos republicanos remanescentes se esforçaram para passar uma imagem presidencial e oferecer mais conteúdo nas suas respostas durante o debate.

Os temas discutidos incluíram acordos comerciais e imigração e seus impactos sobre a força de trabalho americana, mudança climática, educação, além de bastante foco em política externa, especialmente relações com Cuba, China, Rússia e como combater o grupo Estado Islâmico.

Os dois pré-candidatos que correm mais risco de terem de cancelar suas campanhas, caso não ganhem as primárias em 15 de março nos seus estados, Rubio e Kasich, preferiram evitar ataques pessoais e se concentrar em provar que sua experiência prática e conhecimento técnico fazem deles os candidatos mais preparados para assumir a Casa Branca e lidar com a oposição democrata.

Bernie Sanders descartado

Cruz, que, até agora, está cerca de 100 delegados atrás de Trump, que lidera as primárias, com 458 delegados, foi o único a atacar o empresário mais diretamente, comparando diversas vezes Trump com Hillary Clinton, que, ao que tudo indica, será a candidata democrata nas eleições em novembro, e assegurando que a nomeação de Trump como candidato republicano garantirá a eleição da ex-secretária de estado.

Trump se destacou por ter ideais não alinhadas com as dos outros pré-candidatos, especialmente ao promover uma linha dura e confrontadora em relação ao comércio com a China, aprovar o reatamento das relações diplomáticas dos Estados Unidos com Cuba e se mostrar disposto a negociar com a Palestina.

Apesar de não ser bem-vindo pela maioria dos líderes do GOP (Grand Old Party, como também é conhecido o Partido Republicano), Trump pediu que o partido se unisse e apoiasse sua – possivelmente inevitável – nomeação e garantiu sua vitória sobre Clinton. O senador pelo estado de Vermont, Bernie Sanders, também pré-candidato do Partido Democrata, parece já ter sido descartado pelos republicanos como possível rival nas urnas em 8 de novembro.

Nos últimos dias, Rubio tem enfrentado uma exposição intensa e, na maior parte negativa, na imprensa e nas redes sociais, sofrendo pressão para desistir da sua candidatura antes mesmo da eleição primária na Flórida, seu estado natal. Muitos promovem a ideia de que, se Rubio cancelasse sua campanha e apoiasse Cruz, o senador ultraconservador teria uma boa chance de impedir a vitória de Trump na Flórida.

Rubio não desiste

Mas o senador júnior pela Flórida diz que vai lutar pela nomeação e garante que vai ganhar os 99 delegados de seu estado. Até o momento, as pesquisas indicam que Trump está liderando na Flórida (Suffolk University: Trump 36%, Rubio 27%. Cruz 19%; Washington Post-Univision: Trump 38%, Rubio 31%, Cruz 19%).

Rubio mostrou durante o debate ser bem versado em política internacional e, inclusive, explicou para um confuso Trump que os EUA têm consulado em Havana.

Embora Kasich esteja concorrendo com Trump pelos 66 delegados do estado de Ohio (CNN/ORC: Trump 41%, Kasich 35%, Cruz 15%; Fox News: Kasich 34%, Trump 29%, Cruz 19%) e ainda não tenha ganho nenhuma das primárias, o governador não está sendo alvo de muita pressão para desistir do sonho de chegar à Casa Branca. A campanha de Kasich promove uma mensagem otimista e amigável em relação aos concorrentes, e o currículo do governador é sólido. No entanto, bom senso não parece ser o segredo do sucesso para conquistar os eleitores conservadores na eleição presidencial de 2016.

Cruz, que é conhecido por ser um dos raros casos de consenso em Washington, pois o senador é visto com antipatia tanto por republicanos quanto democratas, já conseguiu vencer oito primárias e pode acabar por ser a única alternativa a Trump, caso a estrela do programa The Apprentice não consiga garantir 1.236 dos 2.470 delegados antes da convenção do partido que será realizada em julho, em Cleveland, Ohio.

 

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