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Linha Direta

Chavismo sofre primeira derrota em 16 anos no poder

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As urnas confirmaram o que as pesquisas de intenção de voto apontaram durante o ano de 2015 na Venezuela. Cansados da escassez de produtos, da inflação elevada e da criminalidade, milhares de venezuelanos deram uma importante vitória à oposição. Pela primeira vez na história do chavismo, a Assembleia Nacional terá pelo menos 99 deputados opositores e somente 46 chavistas. Ainda faltam confirmar 22 deputados.

Jesus Torrealba (direita), secretário da coalizão de oposição venezuelana (MUD), junto com Lilian Tintori (2 a esquerda), esposa do líder da oposição venezuelana preso Leopoldo Lopez, durante coletiva em Caracas 07 de dezembro de 2015.
Jesus Torrealba (direita), secretário da coalizão de oposição venezuelana (MUD), junto com Lilian Tintori (2 a esquerda), esposa do líder da oposição venezuelana preso Leopoldo Lopez, durante coletiva em Caracas 07 de dezembro de 2015. REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
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Elianah Jorge, correspondente da RFI em Caracas

A nova Assembleia, que tomará posse no dia 5 de janeiro, terá poder para votar a liberação de presos políticos, entre eles o opositor radical Leopoldo López. Durante a campanha, o presidente Nicolás Maduro havia dito que iria às ruas "para garantir a vitória da revolução". Porém, ao constatar a derrota nas urnas, Maduro fez um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão responsabilizando a "guerra econômica" e o capitalismo pela primeira derrota do chavismo.

Em Caracas, nas regiões opositoras algumas pessoas foram às ruas comemorar. Já nas zonas tradicionalmente chavistas imperou o silêncio. Ao contrário do esperado, não houve casos de violência, embora durante o dia o clima fosse de tensão.

Venezuelanos relatam irregularidades nas redes sociais

Já era esperado uma demora no anúncio dos resultados, mas desta vez o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) deu informações oficiais somente seis horas e meia após o horário do fechamento das seções eleitorais.

Nas redes sociais, internautas relataram que alguns centros de votação foram reabertos depois do horário legal da votação; outros foram mantidos abertos por causa da chegada inesperada de um relevante número de votantes. Embora as urnas eletrônicas tenham sido as mesmas que as usadas em outras eleições, muitos eleitores por equívoco anularam o voto, sem poder recuperá-lo. Material de propaganda eleitoral, embora proibido em dia de votação, foi distribuído em diversas partes do país.

Os ex-presidentes Jorge Quiroga, da Bolívia, e Andrés Pastrana, da Colômbia, tiveram suas credenciais retiradas pela autoridade eleitoral após terem feito declarações pedindo o fechamento dos centros de votação na hora determinada pela legislação, ou seja, às 18h pelo horário de Caracas. A presidente do CNE, Tibisay Lucena, considerou as declarações dos dois observadores como uma "ingerência" no processo eleitoral. Na noite de sábado, os dois ex-presidentes haviam se reunido com Maduro.

Neste domingo, após as denúncias do CNE, o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, pediu em rede nacional a expulsão de Jorge Quiroga e de Andrés Pastrana. O secretário-geral da coligação opositora MUD, Jesús Torrealba, afirmou que vai denunciar as irregularidades à ONU.

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