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Venezuela/Eleições

Eleições legislativas na Venezuela ameaçam a hegemonia chavista

Os venezuelanos votam neste domingo (6) em eleições legislativas que ameaçam a hegemonia chavista. Descontentes com a crise econômica, os eleitores vão escolher os 167 deputados da Assembleia Nacional, hoje dominada pelo partido de esquerda no poder. As pesquisas indicam a vitória da oposição.

Funcionário prepara seção eleitoral, antes do início da votação na Venezuela neste domingo, 6 de dezembro de 2015.
Funcionário prepara seção eleitoral, antes do início da votação na Venezuela neste domingo, 6 de dezembro de 2015. REUTERS/Marco Bello
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Mesmo antes do início da votação, longas filas se formaram diante das 14,5 mil seções eleitorais em todo o país, que abriram suas portas às 6h da manhã pelo horário local, 8h30 de Brasília. Cerca de 19,5 milhões de venezuelanos estão aptos a votar. A falta de abastecimento de produtos de primeira necessidade e a crise no país mobilizam os eleitores.

"Queremos sair deste pesadelo, é preciso enfrentar fila para comprar um pouco de comida, não há remédios, nem fraldas... Imagine! Isso precisa mudar", declarou à AFP Maria, uma professora aposentada de 53 anos, que desde as cinco da manhã esperava para votar em Chacao, no leste de Caracas, reduto da oposição.

Maduro aposta no voto dos aliados chavistas

O presidente Nicolás Maduro aposta na fidelidade dos eleitores chavistas. Mas, segundo as pesquisas eleitorais, a coalizão de oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD), de centro-direita, pode conquistar ao menos a maioria simples do parlamento e derrotar o chavismo pela primeira vez em 16 anos, isto é, desde que em 1999 Hugo Chávez, falecido em 2013, chegou ao poder.

Apesar do regime na Venezuela ser presidencialistas, "essas eleições parlamentares são muito relevantes porque vão provocar uma recomposição das forças políticas e permitir que a vontade de sancionar o governo possa se expressar", declarou à AFP o analista Nicmer Evans, próximo a Chávez, mas crítico de Maduro. As eleições legislativas representam, segundo o cientista político John Magdaleno, a possibilidade de um contrapeso em um Estado que controla totalmente os poderes. Ontem (5), o presidente Nicolás Maduro prometeu respeitar o resultado das urnas.

Oposição já pensa em anistiar os presos políticos

Em caso de vitória no Parlamento, a oposição planeja obter a anistia dos presos políticos, entre eles o líder Leopoldo López. Ambiciosa, a MUD vai tentar impor uma guinada econômica ao país e não descarta a busca de uma saída antecipada do presidente. O chavismo promete aprofundar o sistema socialista.

As primeiras horas de votação aconteceram em clima de tranquilidade. Mas a polarização política que marca país petrolífero, de 30,6 milhões de habitantes, tem desta vez tem um novo ator: os chavistas irritados com o governo de Maduro.

A nova assembleia venezuelana toma posse em 5 de janeiro

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