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Argentina/Eleição

Candidato da oposição na Argentina diz que Dilma vai se entender melhor com ele do que com Cristina

Em entrevista a correspondentes estrangeiros em Buenos Aires nesta terça-feira (10), o líder na corrida presidencial argentina, o candidato opositor Mauricio Macri, declarou que, se for eleito no próximo dia 22, espera ter as melhores relações com o Brasil, principal parceiro econômico e político da Argentina. Ele garantiu que, para Dilma, com ele, vai ser muito mais fácil do que foi com a presidente Cristina Kirchner.

Candidato da oposição argentina, Mauricio Macri.
Candidato da oposição argentina, Mauricio Macri. REUTERS/Agustin Marcarian
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Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires

Embora o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff tenham declarado apoio explícito ao candidato de Cristina Kirchner, Daniel Scioli, e apesar da distância que o separa ideologicamente do Partido dos Trabalhadores, o candidato opositor de centro-direita, Mauricio Macri, afirma que, para Dilma, será muito mais fácil chegar a acordos com ele do que foi com a presidente Cristina Kirchner.

"Eu acredito que, para Dilma, vai ser muito mais fácil chegar a acordos comigo do que foi com Cristina. Não tenham dúvidas", aposta. Para Macri, na atual relação com o Brasil e com o Mercosul há todo tipo de restrições comerciais e de isolamento com o mundo que, com ele no poder, vão terminar.

Durante a coletiva de imprensa com correspondentes estrangeiros em Buenos Aires, o candidato da oposição também repetiu que, se eleito, a sua primeira viagem internacional como presidente a partir de 10 de dezembro, dia da posse, será ao Brasil.

"O primeiro lugar aonde irei, como presiddente, depois de 10 de dezembro, é o Brasil. Espero estabelecer as melhores relações com a presidente atual. Espero que o Brasil supere a sua crise institucional e econômica o mais rápido possível. Quanto melhor for para o Brasil, melhor será para nós", refletiu.

Alívio em Brasília

As declarações sem rancor de Macri são um alívio para o governo brasileiro que ficou numa saia justa depois de ter apostado numa vitória do candidato da situação, Daniel Scioli, logo no primeiro turno. Em setembro, Lula fez campanha por Scioli em Buenos Aires e, em outubro, Dilma recebeu o candidato de Cristina no Palácio do Planalto. Mas o resultado das urnas inverteu a tendência. Segundo as sondagens, Mauricio Macri tem agora entre oito e dez pontos de vantagem e pode se tornar presidente daqui a 11 dias.

Quem ficou feliz com a reviravolta nas eleições argentinas foi a oposição brasileira. O senador Aécio Neves telefonou a Macri para dar os parabéns e para transmitir a alegria do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
 
Vizinhança hostil
 
Se chegar a presidente, Mauricio Macri sabe que será um estranho num ninho sul-americano há mais de uma década dominado pela esquerda. O presidente boliviano, Evo Morales, já antecipou que prevê conflitos. Além de Dilma e de Morales, o uruguaio Tabaré Vázquez e o equatoriano Rafael Correa apoiaram publicamente Daniel Scioli.

"Tentarei ter as melhores relações com todos, independentemente de, em alguns casos, não comungar com as suas políticas internas", ponderou Macri. "Por exemplo, não estou a favor das re-re-reeleições", explicou sobre a Bolívia. O parlamento boliviano aprovou a possibilidade de Evo Morales disputar novamente a Presidência em 2020 para um quarto mandato até 2025, totalizando 20 anos no poder.

Para Macri, a postura dos países do Mercosul em relação à Venezuela beira a cumplicidade e insistiu em exigir a libertação de presos políticos na Venezuela. Sobre a possibilidade de a sua eventual vitória no próximo dia 22 ter reflexos na região, especialmente sobre as eleições legislativas na Venezuela em 6 de dezembro, Macri preferiu pensar numa mudança histórica sim, mas na Argentina. "Eu diria mais humildemente que seria, sim, uma mudança histórica, mas na política argentina", ponderou.

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