UE e Cuba concluem rodada de negociações com "progresso substancial"
A União Europeia (UE) e Cuba concluíram, em Havana, a quinta rodada de negociações para normalizar as relações bilaterais, com avanços em comércio, cooperação e no complexo tema dos direitos humanos.
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"Houve um progresso substancial, inclusive nas áreas de direitos humanos, democracia e governança", disse à imprensa o chefe da delegação europeia, Christian Leffler. "As discussões permitiram aumentar o entendimento mútuo" sobre direitos humanos, "o que facilita uma maior convergência de posições na próxima reunião em Bruxelas, em novembro", completou.
O negociador chefe cubano, o vice-chanceler Abelardo Moreno, avaliou que não houve "desacordos" entre as partes, e, sim, "enfoques diferentes" sobre direitos humanos e outros temas.
"Eu me atreveria a dizer que pontos de desacordo não existiram, mas, em matéria de direitos humanos, há enfoques diferentes, assim como nas questões migratória e de desarmamento", afirmou.
"Entramos em acordo também sobre a sexta rodada em Bruxelas na segunda quinzena do mês de novembro, quando pensamos que já existirão as possibilidades de limar os pequenos aspectos pendentes em comércio e cooperação para concluir essas partes do acordo", acrescentou.
Posição Comum
A UE anunciou em janeiro de 2014 sua decisão de negociar um acordo com Cuba para deixar para trás a "Posição Comum" europeia de 1996, com as propostas do então governo conservador espanhol de José María Aznar, que condiciona a cooperação a avanços em direitos humanos na ilha.
Cuba é o único país da América Latina que não tem um acordo de diálogo político com a UE, que em 2003 suspendeu a cooperação com a ilha após a prisão de 75 dissidentes cubanos (já libertados, os últimos em 2011).
Após a retomada do diálogo e da cooperação entre Cuba e UE, em junho de 2008, Havana assinou acordos bilaterais com 15 dos 28 países do bloco.
As negociações para um Acordo de Diálogo Político e de Cooperação tiveram início no dia 29 de abril do ano passado em Havana.
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