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Venezuela

Prefeito de Caracas Antonio Ledezma é preso pelo governo venezuelano

O prefeito da área metropolitana de Caracas, Antonio Ledezma, foi preso pelo Serviço de Inteligência Bolivariana (Sebin) no início da noite desta quinta-feira (20), sem, no entanto, ter sido apresentada uma ordem de captura. Testemunhas afirmam que Ledezma, que é da oposição ao governo Nicolás Maduro, foi agredido, e que os policiais atiraram para o alto enquanto saiam do prédio onde funciona o partido Aliança do Bravo Povo, em um dos bairros mais movimentados da capital.

O presidente venezuelano Nicolás Maduro.
O presidente venezuelano Nicolás Maduro. REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
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Elianah Jorge, correspondente da RFI em Caracas.

Poucas horas depois, em rede nacional de rádio e TV, o presidente Nicolás Maduro anunciou ao vivo a prisão de Ledezma, que foi capturado por ordem da Promotoria e que “será processado pela Justiça venezuelana”.

Não havia informações precisas sobre o paradeiro do prefeito, o que levou sua esposa, Mitzi de Ledezma, a afirmar inicialmente que ele estava sequestrado e a responsabilizar Maduro por qualquer dano ao opositor. Poucas horas depois, ela confirmou que Ledezma está preso no edifício Helicóide, uma das sedes do Sebin, local onde anos atrás ficou detido o também opositor Henrique Capriles Radonsky.

A prisão foi motivada pelo comunicado intitulado “Chamado aos venezuelanos a um acordo nacional para a transição”, publicado no último dia 11 no jornal El Nacional e assinado por Ledezma, pela deputada deposta Maria Corina Machado e pelo político preso Leopoldo López. O documento foi considerado a base de um golpe contra o governo de Maduro.

Políticos opositores e partidários de Ledezma foram para a frente da sede do Sebin na tentativa de pressionar a polícia para que, ao menos, informe o local para onde levaram o prefeito.

Leopoldo López

Analistas afirmam que, ao neutralizar a oposição, o governo assume um grande custo internacional, embora Nicolás Maduro reafirme sua força dentro do chavismo ao tomar decisões de tolerância zero com a oposição. De acordo com o presidente venezuelano, as eleições parlamentares deverão ser realizadas em julho deste ano.

Alguns presos fizeram um motim na prisão de Ramo Verde, durante a quinta-feira. Além de maus tratos, eles teriam sido motivados pelo traslado arbitrário de Leopoldo López da prisão. A denúncia de sequestro foi feita pela esposa de López, Lilian Tontori.

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