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Peru/Violência no futebol

Peru lembra 50 anos de tragédia que causou 320 mortes em estádio de futebol

Neste sábado, o Peru relembra os 50 anos de uma das maiores tragédias da história do futebol. Em 24 de maio de 1964, a Argentina vencia a seleção da casa no Estadio Nacional de Lima, por um a zero. O resultado acabava com o sonho peruano de disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 1964. Mas, a dois minutos do apito final, o ponta esquerda Lobaton aproveita um rebote na área argentina e coloca para dentro a bola que traria a glória nacional do Peru.

Imagem capturada da televisão mostra momento em que torcedor invade o campo para agredir juiz
Imagem capturada da televisão mostra momento em que torcedor invade o campo para agredir juiz Reprodução
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As arquibancadas vão ao delírio, mas o árbitro uruguaio Angel Eduardo Pazos - e só ele - vê uma falta do ataque e anula o gol, confirmando a classificação argentina. Ensandecido, um torcedor invade o campo para agredir o juiz. Diante dos 47 mil espectadores que lotavam o Nacional de Lima, a polícia espanca o invasor, provocando um efeito castaca. Milhares invadem o campo e o fim de jogo se converte numa batalha campal, com bombas de gás lacrimogênio, paus, pedras e cachorros.

Em meio ao caos, os torcedores tentam fugir, mas as portas estão fechadas. O saldo: 320 torcedores morrem asfixiados, pisoteados e esmagados contra os portões. Desde esse dia, o futebol nunca mais foi o mesmo para o craque Hector Chumpitaz, hoje com 70 anos. "Quando chegava ao gramado, a primeira coisa que procurava era onde estavam as saídas de emergência", conta o ex-jogador, que participará do evento em memória das vítimas.

"A multidão enfurecida cercou e incendiou o ônibus que transportava a seleção argentina, as portas do estádio ficaram inchadas como se fossem a barriga de uma mulher grávida (pela quantidade de cadáveres acumulados)", lembra o zagueiro, considerado um dos maiores defensores do século XX pela FIFA. "Recordar essa data é uma coisa ingrata para mim", afirma.

A tragédia dividiu a história da segurança nos estádios do Peru. A partir deste episódio ficou proibido fechar as portas de recintos onde acontecem eventos esportivos. Nesta quinta-feira, o Congresso fez um minuto de silêncio pelas vítimas da tragédia, assim como os jogadores de Alianza Lima e San Martin, antes de um jogo no estádio del Callao, na quarta-feira.
 

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